terça-feira, 5 de março de 2013

Capítulo 6: O Alvo da Caçada



O dia estava raiando no horizonte. Os raios de sol brilhavam por entre as curvas das montanhas e vales de Valendia. O trem do Festival da Caçada estava prestes a partir de Fontaine. Os caçadores que participariam daquele festival estavam voltando às pressas para não perder o trem. Alguns deles estavam bêbados por ter passado a noite no bar da cidade, outros estavam atrasados por terem dormido demais. O trem já estava começando a ficar lotado.
De repente, o apito do trem soou anunciando a partida do trem. Alguns caçadores começaram a pular nos vagões para não ficarem para trás, mas nem todos conseguiram embarcar a tempo. Uns caíram, outros tropeçaram, outros não conseguiram se segurar nas barras de ferro que sustentavam os vagões. Assim, o trem partiu em direção a Valendia, para que o Festival da Caçada fosse iniciado.
Havia todos os tipos de armas para os caçadores que estavam ali. Espadas, chicotes, arco e flecha, armas de fogo e facas eram as mais comuns. Todos verificavam seus equipamentos para ter certeza que não sairiam sem algum prêmio da caçada.
Em um dos vagões estavam alguns caçadores que comentavam sobre seus possíveis alvos durante o festival.
- Cara, estou louco para chegar em Valendia. – disse um homem pequeno de trajes verdes que afiava suas flechas e lâminas.
- Já sabe o que vai caçar, pequeno? – disse um homem barbudo que segurava um machado.
- Estou planejando pegar algum dragão. O valor de um dragão é alto no mercado. Posso aproveitar muito bem um, caso eu consiga achar e matar.
- Você quer caçar um dragão, pequeno? – o homem barbudo começou a rir alto. – Espero que tenha sorte. Vai precisar!
O homem pequeno ficou furioso com as risadas de deboche.
- Pois muito bem. Saiba que já cacei muitos seres alados durante minhas caçadas. Tenho experiência no ramo.
- Sério? – disse um outro homem que usava uma leve armadura roxa e uma lança. – Me diga então, o que é preciso para matar um dragão?
- Bem... Eu... – começou a gaguejar. – Ainda não sei.
Ao ouvir isso, o homem barbudo começou a rir mais alto e caçoar ainda mais do pequeno. O pequeno começou a ficar nervoso com a situação e lançar olhares de raiva para ambos.
- Me perdoe. – disse o homem com a lança, tentando abafar os risos que teve com a contagiante risada do homem barbudo. – Não foi minha intenção fazer você passar ridículo.
- Tá espertinho demais pro meu gosto, cara! – o homem pequeno sacou uma faca com lâmina de brilho azulado contra o homem com a lança. Todos pararam para ver o que iria acontecer.
- Fica frio, pequeno! – disse o barbudo, se recuperando da crise de risos. – Isso é só uma brincadeira. – Ele colocou as suas mãos enormes e calejadas sobre o ombro do homenzinho, para acalmá-lo.
O pequeno olhou para os lados e viu que estava passando vergonha perante os outros caçadores. Ele guardou sua faca, frustrado por ter se irritado com uma brincadeira tão boba. Cruzou os braços e ficou com a cabeça virada para o chão. O homem com a lança viu que não corria mais perigo e continuou.
- Como eu ia dizendo, não fiz isso de sacanagem. Gostaria de saber quais métodos você usaria para matar um dragão.
O homem de verde olhou para cima, ainda um pouco frustrado e respondeu com um tom mais baixo e encabulado.
- Bom, acho que uma estratégia para caçar aves gigantes seria boa para dragões.
Um Lancer (Lanceiro).
- É aí que você se engana, rapaz. – disse o homem com a lança. – Sou um Lanceiro (Lancer) e vou te dar umas dicas de como caçar dragões.
Nisso, alguns ouvidos curiosos se aproximaram para ouvir as dicas do Lancer. Era sempre bom ouvir dicas, ainda mais no Festival da Caçada, onde a caça vale ouro.
- Para caçar um dragão, você precisar ser rápido na hora de escolher onde atacar. Tente acertá-lo por baixo, perto do coração. É a parte mais vulnerável dele.
- E magias? Funcionam?
- Algumas sim, algumas não. Depende a qual elemento o dragão pertence. Tenha algo para identificar o bicho, ver quais são as fraquezas dele. A magia Libra é muito eficiente.
Todos começaram a comentar entre si sobre o que o Lancer disse sobre caçar dragões. A partir daí, começaram também a comentar sobre outras criaturas que valeriam dinheiro. Golems, Malboros, Aevis, dentre outros monstros. Disseram até sobre pessoas. Nessa parte, teve um rapaz de um grupo de Samurais que fez um infeliz comentário.
- Ei! Vocês sabiam que a princesa de Tia’bra está desaparecida? Levá-la de volta para Tia’bra renderia uma nota preta, vocês não acham?
- Cale a boca! – disse ele ao dar um soco na cabeça do companheiro que fez o comentário. – Acabou de contar a todos nosso plano, idiota.
Todos fizeram alvoroço com o comentário, dizendo que era uma boa ideia e que seguiriam o conselho do Samurai. Uma das ouvintes era um trio de mulheres sensuais que estavam participando do festival. Uma delas, a morena de cabelos compridos percebeu quão valiosa era a dica do Samurai e deu um conselho para as companheiras.
- Vamos, meninas. Acho que já conseguimos descobrir o alvo da nossa caça e ainda embolsar uma boa grana. – disse a morena, dando uma risada.
As três saíram do lugar de onde estavam e adentraram a multidão do vagão até se perderem naquele mar de gente.
Algumas horas depois, em Valendia, o grupo de aventureiros formado por Anitta, Llynx, Maya, Marco e agora, Melodia, atravessava algumas partes do extenso vale em direção à Capital Monarca de Fletz. Uma vez que aquele vale fosse cruzado, o grupo chegaria ao vulcão Millude e, de lá, para a Capital. Lá, Anitta e Marco pegariam um airship do Airdrome para Tia’bra. Mas a caminhada para Fletz ainda demoraria um pouco.
Mosphoran Highwaste: um vale semelhante ao Vale Valendia.
Era um dia muito bonito, porém quente. O céu estava com poucas nuvens com um sol forte e quente a brilhar sobre aquele vale. A caminhada era longa e a vontade de parar para beber água era frequente. Toda sombra que viam era sempre bem recebida. Principalmente por Maya, que suava muito e estava com muita sede.
- Pessoal, vamos parar um pouco? Tô com muita sede. – pediu Maya enquanto limpava o suor do rosto com um lenço.
- Essa já é a terceira vez que você nos para, Maya. – disse Llynx impaciente.
- Dá um desconto pra ela, Llynx. Tá fazendo muito calor. É normal que ela queira parar mais. – respondeu Melodia.
- Então vamos aproveitar e fazer uma parada rápida, que tal? – sugeriu Anitta.
- Foi a melhor coisa que eu ouvi de você hoje, Anitta. – brincou Maya.
Então todos se sentaram embaixo de uma árvore grande e pararam para descansar. O grupo comeu algumas frutas que a mãe de Melodia deixou para levar na viagem e tomaram água para aliviar o calor. De repente ouviram um barulho familiar por cima de um rochedo. Alguns pedregulhos começaram a rolar morro abaixo à medida que o barulho ficava mais forte. Todos se levantaram pra ver o que se aproximava fazendo aquela barulheira.
- Que barulho é esse? – perguntou Melodia.
- Parece barulho de um trem. – ponderou Marco.
De fato, era um trem. E era o do Festival da Caçada. Estava percorrendo o vale em alta velocidade. Não demorou para que o barulho sumisse na extensão daquele imenso.
- Como será que os caçadores descem do trem? Não existem estações de trem em Valendia, não é? – perguntou Anitta.
- Eles fazem um arriscado movimento durante a descida que o trem faz para o centro do vale. – respondeu Marco.
- Como é?
- O trem continua na mesma velocidade, mas as laterais do trem abrem de forma que os caçadores possam saltar dos vagões em movimento.
- Nossa! E ninguém se machuca durante a queda? – Anitta e Melodia ficaram perplexas com o costume do festival.
- Alguns sim, alguns não. Depende onde eles caem e como eles caem.
- Quanta barbaridade... – disse a princesa, decepcionada.
Marco riu com a reação de Anitta.
- Pois é, Alteza. O mundo é cruel com as pessoas.
Anitta pigarreou quando Marco terminou a frase. Isso fez ele perceber que chamou a princesa de “Alteza” sem querer. Ele se desculpou com ela, mas a princesa não ficou brava por ele ter se esquecido de cumprir uma promessa tão pequena.
- Então, que tal continuarmos a caminhada? – sugeriu Marco.
Todos concordaram e acompanharam Marco que tomou liderança do grupo. Apenas Llynx ficou para trás, olhando para o horizonte e procurando o trem do festival na distância. Nisso, ele teve um péssimo pressentimento daquela viagem. Melodia viu que Llynx estava ficando para trás e foi buscá-lo.
- Anda logo! Você não vai querer ficar pra trás, não é? – disse Melodia puxando Llynx pelo braço.
- Espere, Melodia.
- O que foi?
- Fique alerta. Acho que a travessia por Valendia vai nos render algumas surpresas.
- Como assim?
Llynx teve uma súbita mudança de pensamento.
- Nada. Não foi nada. Foi apenas uma preocupação boba.
- Aposto que foi. – Melodia ficou à frente de Llynx para continuar a viagem. – Então? Vamos?
Llynx balançou a cabeça e continuou a seguir o caminho com Melodia. Não demorou para alcançar Maya, Anitta e Marco.
O grupo já estava quase no centro do vale, quase metade do caminho, quando algo inesperado aconteceu. Um projétil estava caindo na direção de Anitta. Marco percebeu o perigo que sua princesa estava correndo e rapidamente a alertou do perigo.
- Anitta! Cuidado!
Marco empurrou Anitta antes que o projétil a acertasse. Os dois caíram no chão empoeirado daquela parte do vale.
- Você está bem? – perguntou Marco.
- Estou, só tive alguns arranhões.
Marco levantou e ajudou a princesa e se surpreendeu com o que vinha na direção dela. Era uma flecha com algum líquido escorrendo da ponta. Melodia se aproximou para verificar e foi rápida em concluir o que era e anunciar aos companheiros de viagem. Era um caldo concentrado de esporo paralisante.
- Quem pode ter feito isso? – perguntou Anitta.
Marco chegou a pensar que poderia ser alguém da Armada de Netuno querendo trazer a princesa de volta para Tia’bra, mas nenhum membro dela, nem mesmo seu irmão tentaria uma aproximação tão baixa assim. “Ou tentaria?” – pensou ele.
Um Samurai.
Não demorou para aparecer quem lançou a flecha contra a princesa. Um Samurai, um Arqueiro (Archer) e um Lancer que estavam participando do Festival da Caçada saíram do meio dos rochedos para atacar o grupo.
- Olha só, pessoal! Quase acertamos a princesa. – disse o arqueiro.
- Foi uma pena que o guarda-costas dela impediu a flecha. Você estragou a nossa diversão, cara. – disse o lanceiro para Marco.
Melodia, Maya e Llynx se aproximaram de Anitta e Marco, preparados para uma possível batalha.
- Diversão? – disse Marco. – Pensei que vocês caçavam criaturas, não princesas.
- O valor de feras como dragões não são nem um pouco comparadas ao valor dessa moça que está com vocês. – disse o Samurai olhando para Anitta indecentemente.
- O que vocês querem de mim? – perguntou Anitta preocupada.
- Só queremos levá-la para casa, princesa. Venha conosco. – disse o Lancer, estendendo a mão para Anitta.
- E se ela não quiser? – disse Maya que tomou frente para proteger Anitta.
- Então vamos ter que levá-la a força. – disse o Archer dando uma risada.
- Vai ter que passar por cima de nós! – disse Marco, sacando sua espada de duas mãos.
- Tudo bem. Já que você quer assim... – disse o Samurai.
O Samurai partiu pra cima de Marco tentando acertá-lo com sua katana. Marco conseguiu bloquear o golpe com sua arma e tentou contra-atacar, mas percebeu que uma flecha vinha na sua direção. Ele não podia desviar da flecha, senão ela acertaria Anitta. Mas a própria Anitta bloqueou a flecha com o White Staff e recuou. Marco olhou e deu um sorriso de agradecimento para a princesa antes de voltar a lutar contra o Samurai.
O Lancer também resolveu atacar Marco, mas Melodia o impediu com a Black Magick Thunder. Saíram raios das mãos de Melodia que acertaram o Lancer, fazendo ele levar um pequeno choque. O Archer viu que seu companheiro estava machucado e resolveu atacar Melodia.
- Vamos ver como você vai sair dessa.
O Archer saltou sobre uma rocha e, dela, saltou alto no ar. Ele esticou o arco para soltar a flecha em Melodia. Quando ele estava para soltar o cordão do arco e lançar a flecha, ele sentiu uma sombra atrás dele.
- Você não vai querer fazer isso.
O Archer tentou se virar para ver o que era, mas foi golpeado no pescoço. Isso o fez perder equilíbrio e cair no chão desacordado. A sombra logo depois caiu ao seu lado, olhando para Melodia. Era Llynx que nocauteara o Archer. Ela sorriu e sacou seu florete Stinger.
- Agora é a minha vez.
Melodia partiu para lutar contra o Lancer que, depois de ter tomado o choque da magia Thunder, se recuperou e agora estava lutando contra Maya enquanto o Samurai ainda enfrentava Marco e Anitta. A faca de Maya não era o suficiente para bloquear os golpes da lança, que eram muito fortes. Depois de ter tantos ataques bloqueados, o Lancer resolveu fazer uma tática diferente. Ele bateu com o a ponta do cabo da lança no pulso de Maya, adormecendo o pulso dela e a desarmando.
Um Arqueiro (Archer).
A Khukri caiu fora do alcance de Maya. Na distração que ela teve para tentar pegar a Khukri, o Lancer virou a lança e levantou a lâmina dela para machucar Maya. O ataque dele acabou falhando graças a Melodia, que golpeou o Lancer com a Stinger, acertando as coxas dele. Ele perdeu o equilíbrio e caiu no chão com muitas dores nas pernas.
O Samurai viu seus companheiros caindo e, por um momento perdeu o controle da luta. Marco aproveitou e o acertou com um chute que fez ele se encontrar com o chão. O Samurai ainda tentou contra-atacar, mas Marco o desarmou com sua espada e a apontou para a barriga do Samurai. O Samurai ficou paralisado de medo com o que Marco poderia fazer.
- Minha espada é pesada o suficiente para perfurar essa sua armadura de bronze. Não quero te machucar e vou te dar uma chance para fugir ileso com seus companheiros, mas quero que me conte uma coisa antes.
- Tudo bem! Digo o que você quiser! – o samurai estava apavorado e gaguejando. Sua vida estava à mercê de Marco.
- Por que você atacou a princesa Anitta?
O samurai engoliu em seco antes de responder.
- Todos que estão participando do Festival da Caçada sabem que a princesa não está no palácio de Tia’bra. Pensamos que se algum de nós a encontrássemos aqui, poderíamos levar ela de volta e tirar vantagem disso.
Marco tirou a espada de cima do Samurai antes de deixá-lo ir.
- Diga aos seus amigos caçadores para não fazer o que vocês tentaram fazer. Não vou ser legal com os próximos que vierem, entendeu?
O Samurai se levantou e acordou o Archer. Os dois levantaram o Lancer que estava machucado e sumiram carregando ele naquele extenso vale. O grupo observou os inimigos irem embora e fizeram uma breve reunião.
- E aí? Tá todo mundo bem? – perguntou Marco.
- Eu estou! – disse Maya.
- Eu também. – respondeu Melodia
- Sim. – disse Llynx com rispidez.
Marco se virou para Anitta.
- E você, Anitta? Como está?
Ela limpou a poeira das roupas e sorriu.
- Sim, estou ótima!
- Bom. – Marco se virou em direção ao vulcão Millude, que já estava próximo. – Vamos, não vai demorar para chegarmos ao vulcão.
- Espere, Marco. – Marco se virou para ouvir o que Melodia tinha a dizer.
- O que foi, Melodia?
- Eu só queria sugerir para ficarmos mais atentos. Estamos praticamente no centro do vale, próximos de onde os caçadores descem do trem.
- E estaríamos mais vulneráveis a ataques dos caçadores. – completou Marco
- Exatamente.
- Temos que prestar mais atenção no caminho. Fiquem alerta.
Ao dizer isso, Marco se virou e voltou a liderar a viagem, com Anitta ao seu lado. Logo depois que começaram a andar, Llynx disse algumas palavras em um tom bem baixo, mas que pôde ser escutado por Melodia.
- Era por isso que eu estava receoso.
A Red Mage então conseguiu entender o motivo por qual Llynx tinha agido estranho quando o trem parou. Ele temia que algo acontecesse a Anitta. Mas por que ele ficou preocupado, sendo que ela tem um guarda-costas que só está aqui pra fazer isso, pensou Melodia. Será que ele estava interessado em Anitta? Naquele momento passaram mil ideias do que poderia estar acontecendo entre os dois. Inconformada, ela resolveu guardar aquilo, pois era cedo pra dizer qual era o relacionamento entre seu amigo de infância e a herdeira do trono de Tia’bra.
A viagem sob aquele sol escaldante não tinha fim. A viagem tinha de tudo: dragões voando sobre os céus temendo serem caçados pelos participantes do festival, criaturas terrestres atacando o grupo pensando serem caçadores, muitas pedras, descidas e barrancos, mas nada de água. De todos, Maya era a que mais sentia sede. Não aguentava mais aquela situação
Depois de muito andar, uma visão fez Maya se animar bastante. Logo em frente de onde tinham parado havia uma pequena nascente com algumas árvores em volta.
- Nossa, finalmente! Água! Sombra!
Maya saiu correndo em direção à nascente. Marco, que estava na frente tentou fazê-la esperar.
- Espere, Maya!
Sem dar ouvidos, Maya continuou correndo. De repente, ela se assustou ao sentir algo sob seus pés a levantar. Do meio da poeira surgiu uma rede que a aprisionou e a levantou próximo de um galho bem alto das árvores. Maya tentava se libertar, mas não obteve sucesso.
- Me tiram daqui! – gritou ela.
Maya tentava cortar a rede com sua Khukri. De repente veio uma voz que veio de uma das árvores.
- Nem tente, queridinha. A rede não pode ser cortada tão fácil assim.
A dona da voz desceu de um dos galhos e aterrissou próxima a nascente. A mulher levantou seu rosto para olhar para o grupo. Era uma mulher morena de cabelos longos, com um corpo escultural e definido. Ela usava um traje de cor azul clara colado nas curvas de seu corpo que só não lhe deixava a cabeça e parte do pescoço expostos, além de um cinto de apetrechos. Tinha seios fartos, pernas torneadas, era uma beleza de mulher. Sensual, bonita e sexy. Era tudo aquilo que um homem poderia desejar que sua mulher tivesse.
Ao se levantar, mais duas mulheres saltaram das árvores também, uma do lado esquerdo e a outra do lado direito da morena. As duas usavam trajes e acessórios semelhantes ao da morena. Elas eram loiras muito bonitas e também tinham um belo corpo. Eram gêmeas. Marco ficou boquiaberto com a beleza das três.
- Que pena, meninas. – disse a morena, olhando para a princesa. – Parece que o que era pra ter caído na nossa armadilha acabou ficando pra trás.
Marco ainda estava encantado com tamanha beleza das mulheres que estavam ali. Ele demorou um pouco para responder.
- Vocês não vão conseguir o que procuram aqui.
- Mas é claro que conseguiremos. – respondeu a morena de uma forma bem sensual. Ela abraçou as suas companheiras para responder Marco. – Somos as caçadoras de recompensas mais eficientes que existem. Sempre capturamos nosso alvo. De um jeito ou de outro
Melodia reparou bem nas mulheres e conseguiu identificá-las.
- Caçadoras de recompensas? Conheço vocês três de algum lugar. Devo ter visto em algum pôster da lista de procurados.
A morena tirou os braços dos ombros das amigas com o que Melodia disse.
- Isso quer dizer que estamos ficando conhecidas e causando por aí, meninas. – e ria.
Uma das gêmeas ficou ao lado da morena, abraçando-a de um jeito bem sensual.
- Pois é, amiga! Mas também, é impossível passarmos despercebidas, não é? – enquanto ela dizia isso, ela aproximava o rosto em direção ao da morena e passava a mão pelo seu corpo. Elas riam e encaravam Marco e Llynx, tentando seduzi-los.
Anitta já estava nervosa com aquela situação e resolveu entrar na situação.
- Quem são vocês?
As meninas pararam por um instante para se apresentar. A morena tomou frente novamente.
- Essa belíssima moça na minha direita é a Dana. – a morena deu a mão direita para Dana e a fez girar em torno de si mesma. – Esta outra mulher sensual na minha esquerda é a Tana. – a morena repetiu com Tana o movimento que fez com Dana, porém com a mão esquerda. As gêmeas puxaram a morena pelo braço e as duas a abraçaram novamente. – E eu, sou Shirley. Nós três somos o Trio Fatale.
Marco não conseguia tirar os olhos das três caçadoras de recompensas. Os movimentos das mulheres eram muito provocadores. Não tinha como não passar despercebidos. Melodia e Llynx sentiram que já conheciam aquelas gêmeas de algum lugar.
- Tana e Dana... – disse Llynx. – Vocês são de Mysidia, não são?
- Não, não somos. – respondeu Tana um pouco nervosa.
- São sim. – interveio Melodia. – Vocês tem mais irmãs gêmeas lá, não tem?
- Isso não é da sua conta! – disse Dana, mais nervosa que Tana.
- O passado das minhas companheiras não é da conta de vocês. – disse Shirley.
Shirley se aproximou um pouco mais do grupo e sacou de suas costas uma metralhadora. Ela recarregou a arma e colocou Marco na mira dela.
- Aqui está o interesse de vocês: entregar a princesa e viver ou morrer tentando protege-la. E aí? O que vocês escolhem?
Marco, Llynx e Melodia sacaram as armas e tomaram frente para proteger Anitta.
- Acho melhor vocês escolherem uma das nossas alternativas: ou vocês liberam nossa amiga da armadilha e esquecem da princesa, ou derrotaremos vocês três e ainda levo vocês para passar uns dias em Anelleh, que tal? – disse Marco com tom provocador.
Dana e Tana ficaram ao lado de Shirley e sacaram suas armas. Dana usava duas pistolas automáticas e Tana usava uma espingarda. Elas carregaram suas armas e apontaram para Melodia e Llynx.
- Acho que vocês não estão em condição de dizer o que devemos fazer. – disse Dana.
- Então venha e prove que não posso. – provocou Marco.
Aquela provocação foi a gota d’água. O trio abriu fogo contra Marco que já estava pronto para se proteger das balas. Quando as balas já estavam próximas de atingir os alvos, Llynx levantou uma barreira de sombras (Shadow Barrier) para proteger o grupo. A força das balas contra a barreira era forte. Faltou muito pouco para perfurar a barreira. Por dentro, a barreira parecia uma esfera perfurada por alfinetes.
- Afastem-se. – sugeriu Llynx.
Llynx concentrou suas forças e jogou as balas alojadas na barreira contra as atiradoras numa alta velocidade, senão maior do que quando vieram. Shirley percebeu o que ia acontecer.
- Meninas, cuidado!
As balas voltaram com tanta força que foi possível ouvir o barulho delas percorrendo o ar. O trio conseguiu desviar do contra-ataque. As balas atingiram rochas e alguns galhos da árvore. Para a sorte de Maya, uma das balas atingiu uma parte da corda que sustentava a armadilha à arvore. A corda acabou cedendo e a rede que aprisionou Maya caiu na grama próxima à nascente. Ela tentava se soltar, mas a Khukri não estava cortando muito bem as cordas.
- Galera! Uma ajudinha aqui seria ótima!
Melodia ouviu o pedido de ajuda de Maya e resolveu ajudar. Assim que a Shadow Barrier se desfez, Melodia correu através das caçadoras e se aproximou de Maya. Ela estendeu uma de suas mãos e conjurou uma magia.
- Blizzard!
O vento gelado da Black Magick congelou parte das cordas. Quando Melodia ia golpeá-las para libertar Maya, ela tomou um empurrão de Dana que a fez cair no chão.
Dana recarregou suas pistolas e correu na direção de Melodia para acertá-la. A Red Mage conseguiu se levantar a tempo e conjurou a magia Blizzard novamente contra a caçadora, dessa vez formando farpas de gelo. As farpas foram facilmente destruídas com os tiros de Dana que passou por entre o gelo destruído para atingir Melodia. Foi quando a caçadora sentiu algo arranhar sua mão esquerda. A Stinger de Melodia cortou uma parte da mão de Dana. Isso a desarmou e fez soltar um grito de dor. Melodia devolveu o empurrão a Dana e foi terminar de libertar Maya.
Enquanto isso, Marco se defendia dos tiros da espingarda de Tana com sua espada. Ele sempre tentava contra-atacar, mas sua adversária era mais rápida do que ele. Num momento de distração do paladino, a caçadora resolveu tentar acertar um tiro que foi defendido mais uma vez pela Greatsword. As balas estavam alojadas na espada e não ia demorar pra que ela quebrasse. Tana correu na direção de Marco e deu mais um tiro na espada seguido de uma voadora. O golpe foi certeiro. A Greatsword até então companheira de Marco se partiu, ficando apenas o cabo e parte da lâmina quebrada.
- Minha espada... – lamentou Marco. – Vai pagar por isso.
- Nem vou. – ao dizer isso, Tana acertou uma voadora na cabeça de Marco. Isso o fez cair no chão desacordado.
Tana recarregou sua arma mais uma vez e estava pronta para dar o último tiro no paladino. Quando o gatilho da espingarda estava quase totalmente puxado, Tana sentiu um golpe no braço que a fez errar o tiro e acertar o chão. Era um golpe do White Staff de Anitta, que estava furiosa e pronta para brigar. Tana já ia descontar o golpe na princesa, mas levou ainda mais pancadas do cajado na cabeça.
- Como você pode bater assim tão rápido? – perguntou Tana enquanto levava mais pancadas do cajado de Anitta e reclamava da dor.
- Isso é uma Time Magick chamada Haste que aquele cara de capa preta usou em mim. Legal, não é? – disse Anitta com muita rapidez, devido ao efeito da magia que faz com que uma pessoa realize ações em menor quantidade de tempo. – Hora de dormir, querida! – Anitta levantou seu cajado no alto e desferiu um último golpe na cabeça de Tana. A cabeça de Tana latejava de dor, a impedindo de levantar.
Anitta virou para ver se a luta entre Shirley e Llynx ia bem para o Black Mage, mas parecia que a caçadora estava levando vantagem. Llynx não estava se concentrando para lançar outra Shadow Barrier e não podia acertá-la com as Shadow Blades para evitar que levasse um tiro.
Anitta correu na direção de Shirley para golpeá-la. Mas Shirley percebeu que a princesa estava chegando e retirou uma zarabatana bolso com a mão esquerda enquanto tentava acertar Llynx com os tiros da metralhadora. A zarabatana liberou um dardo que acertou no braço de Anitta. A princesa sentiu a picada da agulha do dardo empurrar algo pelo seu corpo.
- O que... é isso? – disse a princesa sentindo uma leve dormência no braço que foi se alastrando pelo corpo.
- Nem adianta resistir, princesa. Esse dardo tem um concentrado paralisante.
Anitta ficou com o corpo tão dormente que não conseguiu se aguentar em pé. Ela perdeu o equilíbrio e caiu paralisada no chão do vale. Shirley sorriu ao ver a princesa caída e voltou sua atenção novamente para a batalha contra Llynx. Durante a batalha, Llynx desviou de algumas balas com um salto no ar, mas caiu de mau jeito. Shirley aproveitou a oportunidade para lançar mais um dardo paralisante da zarabatana em Llynx.
Mas foi impedida por Maya, que pulou sobre a caçadora. Maya imobilizou os braços de Shirley com as pernas enquanto mantinha queixo da caçadora no ar com uma das mãos. Ela desceu a sua fiel Khukri até o pescoço de Shirley e ameaçou cortar sua jugular com ela.
- Fim de jogo pra você, sua safada.
De repente, ouviram-se vários tiros das armas que Dana usava. O barulho daqueles tiros puderam ser ouvidos até uma longa distância. As balas que saíram daquelas armas atingiram Maya em cheio pelas costas. A moça nem pode reagir ao ataque de Dana. Ela perdeu a força que tinha para manter a Khukri em sua mão e logo em seguida perdeu o equilíbrio que manteve para imobilizar Shirley. Maya caiu no chão com os olhos fechados, sem reação.
- Não, sua bobinha. – disse Dana. – Fim de jogo foi pra você.
Melodia ficou amedrontada ao ver o corpo de Maya estirado no chão. Ela não pode evitar dar um grito de pânico. Isso chamou a atenção de Shirley e Dana.
- Olha só, largamos uma pra trás, Shirley.
- Acho que é hora de dizer adeus, ruiva.
Melodia estava em prantos. Ela se ajoelhou no chão e não podia se mover de tanto pânico que sentia. Ver uma cena como a que acabou de presenciar era terrível. Shirley se aproximou de Melodia e apontou sua metralhadora para o peito da Red Mage.
- Quais são suas últimas palavras?
Melodia não conseguia nem falar de tanto pânico que sentia.
- Que pena, mocinha. Hora de encontrar sua amiga em outra vida.
- Não ouse puxar esse gatilho!
Shirley sentiu um medo tremendo ao ouvir aquela voz. Quando se virou, viu que Maya estava em pé com uma aura vermelha ardendo em volta de si. A Khukri que Maya usava estava com um brilho escarlate tão claro quanto o sol daquele dia quente.
- Vocês não me deixaram beber água. Vocês tentaram matar meus amigos. Vocês tentaram me matar. E sabe o que vem agora?
Shirley e Dana recarregaram suas armas para receber o ataque de Maya.
- O que está esperando, sua vadia? Venha logo! – gritou Shirley.
- LIMIT BREAK!!!
Maya começou a correr a uma velocidade incrível na direção das caçadoras. As balas que passavam perto de Maya só faziam poeira levantar. A corrida da moça fez com que uma nuvem de poeira se formasse em volta de Shirley e Dana. Antes que pudessem reagir, Maya usou sua faca para despedaçar a metralhadora e as pistolas das caçadoras. Novamente, elas foram surpreendidas com um chute no queixo que as fez subir no ar como se fossem dois foguetes. Maya pulou entre elas, segurou o braço das duas e começou a girar no ar como um parafuso. A velocidade na qual girava era estonteante. Quando atingiram uma velocidade alta, Maya se inclinou um pouco e lançou Dana no chão e, em cima dela, Shirley.
A pancada foi muito forte e o barulho mais ainda. A nuvem de poeira ficou ainda mais espessa com o Limit Break de Maya. A “recém-renascida” Maya pousou com tranquilidade e, ao atingir o chão, abriu os braços para se desfazer de sua aura de Limit Break e, com ela, a nuvem de poeira. A visão ficou bem melhor e o estrago que Maya causou pôde ser visto. O impacto de Dana e Shirley no chão fez abrir uma pequena fenda. Nela, os corpos de Shirley e Dana estavam estirados, machucados e ensanguentados.
Melodia ainda estava desesperada. Ela ficou impressionada com a ação de Maya. Ela se aproximou da colega para tentar entender o que aconteceu.
- Maya? – disse Melodia gaguejando. – O que você fez?
- Você acha que elas estão mortas?
Maya engoliu em seco e não ousou olhar para as inimigas que havia feito alguns instantes atrás.
- Não se preocupe, Melodia. Não as matei. Isso vai ensiná-las a não mexer conosco de novo.
- Tem certeza?
- Absoluta. Já fiz isso antes. – Maya sorriu para tentar acalmar Melodia. – Vamos acordar os outros.
Maya e Melodia levantaram os seus companheiros caídos. Só Anitta que demorou a levantar por causa do efeito de paralisia.
- Anitta, você tá bem? – perguntou Melodia.
- Sim... Estou. Obrigada, Melodia.
Nisso, ouviu-se um barulho de rochas se mexendo e alguns grunhidos. Era Tana e Shirley que estavam de pé e carregando Dana.
- Malditos. Como pude perder um alvo assim? – disse Shirley.
- Não adianta reclamar, sua caçadora de merda. – respondeu Maya em tom desafiador. – Vocês três não tem a mínima chance contra nós.
- Vadia. – disse Shirley rangendo os dentes. – Marque minhas palavras! Ainda vou me vingar de vocês!
E com isso, Shirley e Tana carregaram Dana sobre os ombros e mancaram para a outra direção de Valendia, praguejando aqueles pra quem havia perdido essa batalha. Melodia esperou as inimigas irem embora e se virou para o grupo.
- E aí? Podemos terminar nossa viagem?
Todos deram um sorriso para Melodia, concordando. E assim, o grupo seguiu viagem para o vulcão Millude. O caminho não ia demorar muito. Já estavam praticamente na entrada para o vulcão. Marco só lamentou ter perdido sua espada na luta contra Tana, mas como estavam próximos de Fletz, não ia demorar para que pudesse comprar uma nova. Com certeza teria uma nova naquele lugar.
Algumas horas depois, ainda em Valendia, uma cachoeira recebia a visita de três mulheres. Era um lugar magnífico. A cachoeira formava uma piscina natural e tinha uma água pura e clara. Era um lugar perfeito para se recuperar de uma luta. Um lugar sem monstros, sem obstáculos. Feito somente para descansar.
Shirley e Tana deitaram a companheira no chão ao chegarem próximo da cachoeira.
- E agora, Shirley? – perguntou Tana. – O que vamos fazer?
Shirley demorou um pouco para dar um conselho à companheira.
- Procure por algumas ervas de cura para sua irmã. Acho que só poções não vai fazê-la acordar.
- E você? O que vai fazer?
Enquanto Tana dizia isso, Shirley puxou o zíper de seu uniforme até a altura do umbigo e se livrou da parte superior dele, ficando com o peito nu.
- Vou beber umas poções e dar um mergulho. Pode ficar tranquila que vigio sua irmã.
Tana saiu para buscar algo para reanimar Dana enquanto Shirley terminava de se despir para se banhar na cachoeira. Quando terminou, a caçadora mergulhou na piscina e nadou na direção da cachoeira. A sensação de nadar nua era ótima, ainda mais naquele calor. O contato daquela água pura em seu corpo escultural parecia aliviar a dor dos machucados e cortes que Shirley ganhou durante a batalha. Ao atingir a cachoeira, Shirley se levantou e ficou em pé sobre as pedras para se banhar.
Pouco tempo depois, Tana havia chegado com alguns medicamentos naturais e começou a fazer misturas de ervas para reanimar a irmã. Quando estava quase terminando a mistura, um telefone começou a tocar. O barulho dele vinha de dentro do traje de Shirley. Tana puxou o telefone para ver quem estava chamando sua companheira
- Shirley! – gritou Tana. – Seu telefone está tocando.
Imediatamente a caçadora saltou das pedras e voltou pelo trajeto que havia feito para chegar às pedras. Ela saiu da piscina natural nua para pegar o telefone com Tana.
- É o chefe. – disse Tana.
Era como sentir uma facada ouvir aquela palavra. Chefe. Shirley não sabia o quê iria dizer.
- Pronto. – disse ela.
- Então? Como foi a missão? – disse uma voz masculina do outro lado da linha.
- Infelizmente não pudemos neutralizar o alvo.
A voz começou a falar em um tom furioso.
- Como não conseguiu? Te dei todas as informações necessárias para a missão!
- Eu sei, senhor. E sinto muito sobre isso.
- Não, você não sente muito. Você vai sentir muito quando me encontrar, sua imbecil.
- Por favor, senhor. Nos dê mais uma chance. Nós subestimamos nossos inimigos.
Ouve alguns instantes de silêncio do outro lado da linha. Parece que o homem com quem Shirley conversava parou para conversar com outra pessoa.
- Senhor? – disse Shirley.
- Pois bem, Shirley. Acho que vocês merecem mais uma chance.
- Muito obrigada, senhor. Nós três estamos muito agradecidas por sua decisão. O que devemos fazer?
- Vocês terão outras ordens em breve. Por enquanto, sigam para Fletz e fiquem a postos. Em breve começaremos nossa operação.
E assim, o homem desligou o telefone.
- Senhor? Ainda está aí?
O telefone respondeu Shirley com toques de chamada perdida. A caçadora desligou o telefone e o guardou de volta anos seus trajes.
- E aí? O que ele disse? – perguntou Tana.
- Reanime Tana assim que puder e leve-a para tomar um banho na cachoeira. Aproveite e tome um também. Temos que chegar a Fletz o mais rápido possível, se ainda quisermos receber a recompensa daquele maluco.
E agora? O que o destino guarda para nossos heróis? O grupo conseguirá chegar a Fletz com segurança? E o que o futuro reserva para Anitta, Marco, Melodia e Llynx? Quem poderá ser o chefe de Shirley? E por que ele queria que o Trio Fatale caçasse a princesa Anitta? E o que pode ser essa operação que estão planejando?
Descubra tudo isso e um pouco mais no próximo capítulo da fanfic Final Fantasy XV! Capítulo 7: Operação Fletz!