quarta-feira, 29 de maio de 2013

Capítulo 8: Conspiração



Anitta estava muito tonta. Sua visão estava muito embaçada. Melhorava aos poucos. Não tinha a menor noção de onde poderia estar. Ela tentou se levanta. Ao tentar procurar algo para encostar, sentiu uma cama. Ela reconheceu onde estava ao passar as mãos sobre a cama.
- Estou no meu quarto. Estou em casa. – disse ela para si mesma.
- Exato. – disse uma voz conhecida.
Anitta gelou. Sentiu um calafrio percorrer sua coluna espinhal. Ela procurou de onde vinha aquela voz. Viu um homem sair da varanda de seu quarto. O homem se aproximou de Anitta e a princesa pôde reconhecer quem era.
- Gilgamesh.
- Que bom que acordou, Alteza. Nossa, como você dorme. – disse ele rindo e aproximando a mão dos cabelos louros de Anitta.
Ela virou a cabeça e se aproximou da cabeceira da cama. Seu olhar estava fixo em Gilgamesh.
- Não está feliz, Anitta? Está de volta em casa. Está em Tia’bra. – disse Gilgamesh cinicamente.
- Quero falar com meu pai.
- Vossa Alteza...
- Agora! – interrompeu Anitta com firmeza.
Gilgamesh a encarou. Ele se aproximou da princesa mais uma vez.
- Escute, você não está em condições de dar ordens aqui. Abaixe o tom da sua voz.
- Onde ele está? O que você fez com ele? Cadê meu pai? – perguntou Anitta, furiosa e já recuperada de sua tontura.
- Nossa, pra quê tanto nervosismo? Relaxa.
Anitta respirou fundo, tentando se controlar para não pular para cima de Gilgamesh.
- Se é pra te deixar feliz te adianto uma coisa. Seu pai está bem, mas só por enquanto. – disse ele enquanto estralava os dedos.
- O que você quer, Gilgamesh? Fale logo de uma vez. Você quer o trono de meu pai? Você quer ter poder sobre o Império?
Gilgamesh olhou e sorriu para Anitta. Ele se sentou na cama ao lado de Anitta.
- Na verdade, Anitta, eu quero você. Você é a minha chave de dominação. Aliás, você é a chave para todo o destino do mundo.
- Como assim? O que você quer dizer com isso?
Gilgamesh se levantou da cama e se aproximou da varanda do quarto de Anitta.
- Você nunca se perguntou o porquê de seu pai te deixar trancafiada em Tia’bra por tanto tempo? Por que ele nunca te deixa sozinha?
Anitta se sentou na beirada da cama. Planejava se levantar. Ela pensou em abrir a porta do quarto e fugir.
- Não, nunca me perguntei. – disse Anitta com insegurança.
- Oh, Anitta. Não seja tão tola. – disse Gilgamesh com risadas. – Claro que você já se fez essas perguntas.
Anitta se levantou e ficou com os braços cruzados.
- Você sempre se senta na sacada da sua varanda e observa a cidade, o céu e imagina como seria o infinito e além. Estou certo ou errado?
Anitta permaneceu em silêncio. Gilgamesh estava certo, ela não podia negar. Mas quis manter silêncio por enquanto.
- Um mundo inteiro cheio de gente e vida e você aqui, guardada e presa como uma peça de uma coleção.
- Vamos logo ao ponto. O que você quer me dizer, Gilgamesh?
- Você conhece a história dos Eidolons, princesa?
Anitta se manteve em silêncio. Ela sabia a história, mas queria ganhar tempo para imaginar um plano para fugir. Gilgamesh começou a andar pelo quarto e contar a história.
- Bom, vou contar mesmo que você já saiba. De acordo com a nossa crença religiosa, existem treze deuses antigos. Um representa cada elemento do mundo. Esses deuses criaram tudo o que existe hoje. O fogo, a água, a terra, o ar, a luz, as trevas... tudo. Os poderes dos deuses alcançavam níveis inimagináveis. Cada deus se manifestava de uma forma diferente. Para que os que creem neles pudessem expressar sua gratidão, os deuses resolveram se manifestar por entidades. Cada entidade tinha uma forma diferente e assim puderam ser criadas formas de adoração aos deuses, como templos, estátuas, etecetera e tal.
Anitta ouvia a história e lentamente se aproximava da porta do seu quarto.
- Não adianta sair. A porta está trancada. – disse Gilgamesh ao se virar para Anitta.
A princesa percebeu que seu plano não foi bom e resolveu mudar de tática. Ela continuou a ouvir a história enquanto bolava um novo plano.
- Continuando. Anos depois, quando os humes e os neo-humeanos travaram a guerra que seria conhecida como Campanha dos Espers, os deuses resolveram proporcionar uma forma de equilíbrio das forças de batalha, já que os neo-humes contavam com a ajuda dos Espers. As treze entidades entraram em um acordo e decidiram “emprestar” seus poderes para os humes. Cada entidade escolhia um hume para receber seus poderes que eram usados quando as entidades eram invocadas. Quando invocadas, elas surgiam com o nome de Eidolon. E cada hume poderia invocar a entidade correspondente a ele caso tivesse uma pedra especial, chamada Sacred Jewel (Joia Sagrada), correspondente à entidade. Esses humes escolhidos eram treinados para a guerra. Estes guerreiros foram conhecidos como os Ark Knights, os cavaleiros invocadores.
- E o que isso tem a ver comigo?
- Bom, como eu ia dizendo, os Eidolons escolheram cada hume para serem os seus respectivos Ark Knights. Quando o décimo-terceiro Eidolon iria escolher o seu Ark Knight, os outros Eidolons entraram em um acordo. Esse último Eidolon era o mais poderoso dos treze e não podia emprestar seus poderes para qualquer hume. Somente o hume de coração mais puro poderia ser capaz de usar os poderes deste Eidolon. Mas até hoje, apenas uma pessoa teve a sorte de manipular o poder desse Eidolon.
- O Rei Vahjra Royale... – disse Anitta.
- Sim, o próprio. – disse Gilgamesh ao se virar para a princesa novamente. – Royale era o líder dos Ark Knights durante a Campanha dos Espers. Coincidência ou não, ele também era o Ark Knight de Bahamut, o Senhor das Sombras, o décimo-segundo Eidolon. E, misteriosamente durante a guerra, ele se tornou o décimo-terceiro Ark Knight. O cavaleiro do Eidolon mais poderoso.
- Ainda não entendi aonde você quer chegar.
- Com a ajuda de um aliado que adquiri recentemente, fiz uma série de cálculos que me levaram a uma dedução. Acho que você tem grandes chances de ser a nova décima-terceira Ark Knight, minha cara Anitta. Creio que você tem o que é necessário para comandar o décimo-terceiro Eidolon.
Anitta riu debochadamente de Gilgamesh.
- Você acha que eu sou uma Ark Knight? Como pode afirmar isso com tanta certeza? – disse Anitta com um tom irônico.
- Não deboche da minha inteligência, garota. Tudo leva a crer que o que eu descobri é verdade.
- Você diz isso só porque meu pai é o Ark Knight de Leviathan, não é? Como eu teria poder o suficiente para invocar uma divindade tão forte como o décimo-terceiro Eidolon?
- Porque nas suas veias correm o sangue de dois Ark Knights. O de seu pai e o de sua mãe, a Ark Knight de Shiva, a Deusa de Gelo.
Anitta franziu a testa. Ela sabia que Gilgamesh poderia estar certo sobre ela ser uma Ark Knight. Prova disso foi a invocação de Shiva durante a travessia pelo Jardim da Morte. Mas como ela poderia ser a décima-terceira Ark Knight se ela invocou Shiva?
- Encare os fatos, Anitta. Você ficou esse tempo todo presa por causa disso. O Imperador sabia do poder que você tem dentro de si e por isso quis te proteger. Não é óbvio?
- Pode ser que sim. – disse Anitta, preocupada. – Mas você não pode provar nada.
- É por isso que você está aqui. Precisamos ter certeza de que você tem esse poder todo.
- Precisamos? – disse Anitta, com desconfiança.
Gilgamesh se aproximou de Anitta. A princesa tentou se afastar e ficou rente a parede de mármore do seu quarto.
- Aconselho a não resistir. Você não tem escolha. Colabore ou senão...
- Ou senão o quê?! – gritou Anitta. – Vai me matar? Vai calar a minha boca? Você é muito burro mesmo. Ainda bem que você não foi o meu guarda-costas. Seu irmão é muito mais inteligente do que você.
Gilgamesh ficou furioso com a princesa.
- Não me compare com aquele verme. – disse Gilgamesh, tentando controlar a raiva.
- Que vergonha, Gilgamesh. Você só procurando poder enquanto seu Marco se tornava uma pessoa melhor esses anos todos. Ele desenvolveu um ótimo caráter. Se tornou uma pessoa honesta e justa. E não um sem vergonha e mau-caráter como você.
Gilgamesh ficou ainda mais furioso. Tentava se controlar ao máximo.
- Marco é uma pessoa de bem. – continuou a princesa. – Ele é um homem talentoso, forte, honesto e um ótimo guarda-costas. Ele não precisa matar pessoas inocentes como você faz para se divertir. Não é um imperial corrupto como você.
- Cala sua boca! – gritou Gilgamesh. – Até parece que você também tem uma ótima história de família, não é?
- Não ouse falar da minha família! – ameaçou Anitta.
- Você é uma mulherzinha metida e atrevida. Fica com esse sorrisinho idiota por aí, fingindo ser feliz. Você não sabe o que é ter liberdade. Fica aí sendo protegida pelo seu papai, aquele bode velho, babão e idiota. Faço as coisas debaixo do nariz daquele trouxa e ele nem percebe de tão burro que é.
- Cale a boca! – gritou Anitta.
- Sem falar nas outras duas, não é? A sua mãe e a sua irmã, aquela vadia. Ela só fez a cabeça de seu pai para melhorar Tia’bra, mas foi aquela vadia que quase nos matou com aquele incidente durante a noite de 10 anos atrás, não se lembra? Da noite que meu pai morreu para limpar a burrada da sua irmã, aquela vaca mesquinha. Tomara que ela apodreça no túmulo dela!
- Já chega! – Anitta se irritou e deu uma bofetada no rosto de Gilgamesh. – Sua mãe deve ter pena e vergonha de você. Ordinário!
Gilgamesh estava com o rosto virado do tapa que levou de Anitta. A sua bochecha ardia. Ele não conseguiu se controlar e contra-atacou Anitta com outra bofetada.
- Vagabunda! – gritou ele.
A bofetada de Gilgamesh foi tão forte que fez Anitta perder o equilíbrio. A princesa caiu e bateu a cabeça na beirada da cama. Isso a fez cair desacordada. Gilgamesh rosnava de raiva.
- Agora você vai ter uma lição. – disse Gilgamesh estralando os dedos.
O capitão da Armada de Netuno avançou na direção da princesa para bater mais nela. Ele a levantou pela blusa. O rosto dela estava vermelho onde Gilgamesh havia acertado o tapa. Quando ele ia acertar Anitta com um soco no rosto, uma voz o impediu de fazê-lo.
- Pare, Gilgamesh.
Gilgamesh conseguiu impedir que seu punho chocasse contra o rosto de Anitta. Ele se virou para ver quem o chamou. Era o Portador da Ordem.
- Você.
- Ainda não é hora disso. Não adiante essa parte do plano. – disse o Portador.
Gilgamesh deitou Anitta na cama.
- O que faremos agora? – perguntou Gilgamesh.
- Temos que tirá-la do palácio. Se alguém passar pelo corredor vai descobrir que a princesa está aqui. Vamos levar ela para um local mais seguro para começar a nossa investigação.
- E eu sei um lugar ideal.
O Portador se aproximou de Anitta que estava desmaiada em sua cama. Ele colocou a mão sobre o queixo e analisou a princesa.
- Você acha que ela pode ser a décima-terceira Ark Knight mesmo? – perguntou o guarda-costas de Cid.
- Pode ser que sim. Mesmo que ela não seja, ela tem um poder muito forte. Pode ser uma ameaça para nossos planos.
- Então vamos começar a próxima parte do plano?
- Sim. Você já fez a sua parte em trazê-la. Agora é a minha vez. Vamos para este lugar que você disse.
Gilgamesh levantou Anitta da cama e a pôs em seu colo. O Portador pronunciou algumas palavras para si, estendeu seus braços e usou uma Magick.
- Teleport.
Uma aura roxa percorreu os três e começou a desfazer os corpos dos três. De repente, a aura brilhou rapidamente e teletransportou os três para o lugar onde Gilgamesh idealizou para realizar a próxima parte do plano.
Enquanto isso, a muitos quilômetros de Tia’bra, na Capital Monarca de Fletz, os cidadãos tentavam recuperar o prejuízo que foi causado durante a invasão dos soldados Tia’branos. A lava que vazou dos tubos endureceu e bloqueou grande parte do caminho da cidade. A cidade foi saqueada e algumas partes dela foram destruídas. O interior do Castelo Salamandra também estava bem danificado.
No subsolo do castelo, algo acontecia. Em uma sala de interrogatório estavam as integrantes do Trio Fatale sentadas em cadeiras, próximas a uma mesa. Do lado de fora da sala, estavam o rei Daminraff, Marco, Melodia, Llynx, Biggs e Wedge. Estavam entrando em um acordo para decidir quem deveria interrogar as três. Foi realizada uma votação e o escolhido foi Llynx. Marco era o mais adequado, mas a indiferença e a calma de Llynx poderiam afetar bastante na resposta que seria obtida.
Llynx entrou na sala para começar o interrogatório. Não teve como não reparar no estado das mulheres. Das três, Shirley era a que estava mais machucada. Estava com um olho roxo pelo soco que tomou de Gilgamesh e vários curativos espalhados pelo corpo. Dana e Tana estavam apenas com alguns arranhões e uns machucados. As três estavam algemadas e com os pés presos às cadeiras.
Llynx puxou sua capa e se sentou numa cadeira à frente das moças. Ele as encarou firmemente.
- Então? Vocês começam ou querem que eu comece?
Shirley ironizou.
- Vocês são muito engraçados. – disse ela. – Salvei a vida de vocês, esqueceu?
- Isso não a torna inocente. – respondeu Llynx. – Vocês três já tentaram nos matar uma vez. E agora participaram da invasão dos Tia’branos.
- Sim, mas no último momento eu fiquei do seu lado. Ajudei a destruir a aranha do Gilgamesh.
- De um jeito ou de outro, você é cúmplice da invasão. Agora comece a falar. Por que Gilgamesh está atrás de Anitta?
Dana e Tana olharam preocupadas para Shirley.
- Você vai falar? – perguntou Tana para Shirley.
Shirley ficou olhando para Tana e Dana, indecisa.
- Ah, quer saber? – disse Shirley. – Vou falar mesmo. Não devo nada pra aquele canalha. Nem nosso pagamento nós recebemos.
Llynx cruzou os braços.
- Olha só, cara. – disse Shirley para Llynx. – Eu não sei bem o que ele quer com a princesa. Ele contratou a gente pra ficar de olho em vocês desde de que ele ficou sabendo que vocês estavam em Fontaine.
- Foi bom você ter falado isso. – disse Llynx. – Como ele sabia que estávamos em Fontaine?
- Desde que vocês foram pegos no trem do Festival da Caçada, ele colocou uma escuta em um de vocês. Talvez ela esteja ainda com vocês ainda.
Do lado de fora da sala, Marco e Melodia checavam suas roupas. Quando percebeu, Marco estava com um pequeno aparelho de escuta enganchado no cinto da calça.
- Então a escuta estava conosco desde Ghest’al. – deduziu Llynx.
- É. – disse Shirley. – Mas ele não colocou a escuta em vocês só pra saber onde a princesa estava.
- O que ele queria?
- Isso eu já não sei, mas quando a gente foi contratada por ele, a Dana descobriu alguma coisa sobre isso.
Llynx olhou para Dana, esperando que ela respondesse.
- Sim, eu ouvi ele falar alguma coisa tipo assim. Que a princesa tinha algo, um poder diferente que era muito forte, essas coisas.
- Ele falou isso pra quem? O Imperador? – perguntou Llynx.
- Não. Ele falou com um cara que estava todo encapuzado de preto. Não vi o rosto dele nem ouvi o nome dele.
- E o Imperador sabia do paradeiro de Anitta?
- Gilgamesh falou que sim, mas pelo que pude observar, acho que ele não tem conhecimento do que aconteceu. Só sabe que a princesa não está em Tia’bra.
Llynx consentiu abaixando a cabeça. Ele se levantou para sair da sala.
- Não saiam daqui. – disse ele.
Shirley riu.
- Tá brincando. Não vamos a lugar algum. – disse ela levantado as mãos algemadas.
Llynx fechou a porta fingindo que não ouviu o comentário da caçadora de recompensas. Ele se aproximou de seus colegas para ver o que eles acharam.
- Então? – perguntou Llynx pra todos.
Melodia olhou pra Llynx e depois para o Trio Fatale, que estavam separadas da sala de onde estavam por um vidro.
- O que ela disse faz sentido. Só estranhei a parte de o Imperador não saber onde Anitta estava.
Marco olhou para Biggs e Wedge com reprovação.
- E a informação que vocês me deram? – perguntou Marco. – Vocês não estão mentindo, não é?
- Não senhor. – disse Wedge. – Jamais esconderíamos alguma coisa do senhor. Ainda mais quando o assunto é a princesa Anitta.
- Pois é. – disse Biggs. – Ainda mais nós que sabemos que o senhor é...
Wedge discretamente pisou no pé de Biggs. Biggs percebeu que ia falar besteira e desconversou.
- Que o senhor é o guarda-costas da princesa. Isso. – disse ele com um sorriso sem graça.
Marco podia confiar em Biggs e Wedge. Eles eram meio atrapalhados, mas nunca mentiriam pra ele.
- Então, o que vocês acham? – perguntou Daminraff. – Elas estão mentindo?
- Acho que não. – disse Llynx. – Ela falou uma coisa certa. Ela não deve nada ao Gilgamesh. Não tem porque ficar acobertando um corrupto que nem ele.
- Por favor – disse Marco. – não fale isso.
Llynx se virou para Marco.
- Por que não? Estou mentindo? – disse Llynx, mantendo a calma.
Marco se manteve em silêncio.
- Dos perigos que passamos desde Ghest’al, seu irmão está envolvido em três deles. Sem falar nas outras crueldades que ele fez com as pessoas. E isso tudo debaixo do nariz do Imperador, sem a autorização dele. Isso não é corrupção? – disse Llynx.
- Talvez, mas não sei por que ele está fazendo isso.
- E por que você não pode ouvir isso?
- Por que ele é meu irmão. Não é fácil saber que seu irmão faz atrocidades assim.
Llynx virou de costas para Marco e cruzou os braços.
- A verdade é dura. E você é um adulto. Um soldado. Tem que estar preparado pra ouvir e testemunhar coisas desse tipo. Ou piores. Se não puder, então não é digno do cargo que ocupa.
Marco se sentiu ofendido com o comentário de Llynx, mas preferiu continuar em silêncio. Todos presentes ficaram esperando para ver se a discussão de Marco e Llynx renderia. Mas Daminraff resolveu se manifestar.
- Bom, voltando ao assunto das moças ali, vou ser sincero com vocês. A minha vontade é de prender as três por serem cúmplices da invasão.
- Espere, Vossa Majestade. – pediu Melodia. – Acho que não seria viável prender as três.
- Por quê? – perguntou o rei.
- Depois que sair daqui para ir atrás de Anitta, Marco vai precisar de alguém que saiba do que está acontecendo em Tia’bra. Uma delas pode ajudar.
- Ótima ideia, Melodia. – disse Marco.
Daminraff coçou sua barba, pensando.
- Hm... Acho válida essa colocação, menina. Mas qual das três devo deixar ir?
- Bom, majestade, acho que Shirley. Ela é a líder do trio e deve ter entrado mais em contato com Gilgamesh do que as outras duas. Ela é uma boa opção pra encontrarmos o próximo passo.
De repente, um soldado de Fletz entrou na sala para falar com o rei.
- Vossa Majestade. – disse o soldado. – Há algo sendo transmitido pela TV que o senhor deve ver.
- Pois bem, me mostre. – disse Daminraff.
O soldado procurou por um botão nos painéis da sala. Ao ativá-lo, uma televisão surgiu da parede da sala. Estava sendo transmitido um comunicado do Imperador Cid pela televisão. A repórter anunciava o comunicado.
- Estamos aqui em Tia’bra para transmitir um comunicado urgente do Imperador Cid. Transmitiremos o comunicado em alguns instantes. – anunciou a repórter.
Algum tempo depois, o Imperador apareceu na tela para fazer seu comunicado.
- Olá para você que está me assistindo agora. – disse o Imperador Cid. – Eu, o Imperador de Tia’bra, Cidian Aphonsus Von Tia’bra III venho por meio deste comunicar que fazem quase duas semanas que a minha filha, a princesa Anitta Von Tia’bra está desaparecida. Ela já foi procurada por todas as terras próximas a Tia’bra, mas não obtivemos sucesso. Peço a vocês, meus telespectadores, que me ajudem nesta busca. Quem achar a minha filha será bem recompensado. Entrei em contato com os líderes das outras nações e eles estão junto comigo nessa busca. Se acharem a princesa Anitta, avisem aos soldados das Armadas de Tia’bra ou da nação onde estiverem. Repito que quem achar a minha filha receberá uma boa recompensa como forma de gratidão. Espero que colaborem comigo na minha busca. Obrigado a todos e bom dia.
A repórter continuou a falar sobre o comunicado, mas isso já não era mais importante para o rei Daminraff.
- Todas as nações estão ajudando? – disse ele. – Engraçado, ninguém daqui de Fletz recebeu nenhum comunicado dele. Aliás, recebemos, mas o comunicado deixou a cidade praticamente destruída.
- Será que as outras nações foram atacadas também? – perguntou Biggs.
- Duvido. – respondeu Marco. – A artilharia de Tia’bra não é grande o suficiente para fazer uma operação quanto à da noite passada simultaneamente. Precisariam de tempo para realizar outro ataque.
- Mas isso não significa que Gilgamesh não ataque as outras nações. – disse Melodia. – Todas as outras capitais correm o mesmo risco que Fletz correu.
- Sim, é verdade. – disse Damiraff. – Posso pedir um favor a vocês?
Todos se viraram para o rei para ouvir o favor dele.
- Sei que o objetivo de vocês é ir atrás de Anitta. Mas pelo que percebi, meu irmão não sabe que Gilgamesh está com ela. Se outros ataques forem realizados, temo que uma guerra entre as nações Humes surja. Peço que vocês investiguem o que está acontecendo em Tia’bra e avisem Cid o ocorrido aqui em Fletz. Vocês podem fazer isso?
- Sim, majestade. – disse Marco fazendo continência. – O nome de Tia’bra pode se sujar com esses planos de meu irmão. Realizarei o que me pede, Vossa Alteza.
- Eu também ajudarei. – disse Melodia. – Temo que isso se alastre e que aconteça algo pior. Além disso, tenho uma dívida com Anitta. É a minha vez de ajuda-la.
- Nós também vamos ajudar. – disseram Biggs e Wedge. – Estamos às ordens, capitão Marco.
Marco acenou com a cabeça, agradecendo.
Melodia se virou para Llynx.
- Você vai ajudar também?
Llynx descruzou os braços e se virou para Melodia.
- Sim. Estou indiretamente envolvido nessa história. Vou tentar ajudar nessa causa.
- Muito obrigado a todos vocês. – disse Daminraff. – Por favor, venham comigo.
Daminraff abriu a porta para onde o Trio Fatale estava. Ele foi seguido por Llynx, Marco, Melodia, Biggs e Wedge.
- Chegamos a uma decisão sobre o que faremos com vocês, moças. – disse Daminraff para as integrantes do Trio Fatale.
As três ficaram com um olhar fixo para Daminraff, aflitas para saber a decisão do rei.
- Vocês estão presas. – Daminraff anunciou sua decisão.
- Que novidade. – sussurrou Shirley para as colegas.
- Mas tenho uma proposta para vocês.
Shirley, Dana e Tana voltaram a observar o rei, esperando por uma forma de ficarem livres.
- Shirley, você deverá acompanhar Marco em sua busca pela princesa Anitta. Vai ajuda-lo na sua jornada.
Shirley ficou revoltada.
- Ah, isso é brincadeira, só pode ser! – disse Shirley.
- Você vai viajar com Marco e seus companheiros para evitar a instabilidade da aliança entre as nações. É isso ou ficar presa com suas amigas.
Dana e Tana olharam para Shirley. Queriam saber a decisão dela.
- Eu não sei. – disse Shirley. – O que vocês acham, meninas? – perguntou ela para as companheiras.
Dana e Tana se olharam.
- Bom, Shirley, não vai adiantar você ficar aqui conosco. – disse Dana.
- Por quê? – disse a líder do trio. – Somos um trio, lembra? Que nem mosqueteiros. Uma por todas e todas por uma.
- Pois é. Agora é a sua chance de nos ajudar. – disse Tana. – Só seremos soltas se você seguir viagem com eles.
Shirley não conseguia se decidir.
- Além do mais, você tem que dar o troco naquele palhaço do Gilgamesh por nós. – disse Dana.
Shirley sorriu e pensou por um pouco. Logo, anunciou sua decisão.
- Eu vou ajudar, mas só por causa das minhas amigas e pra me vingar daquele idiota. – disse Shirley.
- Ótimo. – disse o rei. – Soltem-na.
Instantaneamente as algemas de Shirley se soltaram e ela ficou livre. Ela se levantou de sua cadeira e se aproximou do rei.
- E aí? Qual é a missão? – perguntou ela.
Daminraff estranhou a falta de respeito de Shirley com ele.
- Vocês devem evitar que as nações entrem em guerra. O Imperador Cid transmitiu um comunicado pela televisão. Ele disse que Anitta não está em Tia’bra.
- Como assim? Eu vi Gilgamesh fugir com ela. Aquele filho da mãe tá mentindo pro Imperador.
- Exato. E essa será sua missão. Vocês devem avisar Cid que Gilgamesh está enganando ele antes que a aliança das nações se quebre e estoure uma guerra.
- Qual é o primeiro passo da missão? – perguntou Melodia.
- Como Fletz está parcialmente em ruínas, não poderemos fornecer um airship para vocês irem até Tia’bra. Sugiro que vocês viajem para Jamidi e consigam uma forma de falar com um dos membros do parlamento jamidiano.
- Quem devemos procurar? – perguntou Marco.
- Meu outro irmão, o ministro Al-Moor Salazar. Ele vai ajudar vocês com certeza.
- Al-Moor Salazar... – pensou Llynx.
- Ele vai poder ajudar vocês. Caso ele duvide de vocês, vou escrever uma carta para ele. Mostrem a carta para Salazar e ele vai acreditar em vocês.
Daminraff pediu aos guardas para levarem Dana e Tana para as celas. Elas se despediram de Shirley.
- Prometo que voltarei pra buscar vocês duas. – disse Shirley.
As três se abraçaram para se despedir. Quando se soltaram, os guardas levaram as gêmeas para as celas do castelo. Daminraff pediu que todos o seguisse para os pisos mais altos do castelo.
- Por favor, fiquem esta noite aqui e descansem. Amanhã vocês partem para a missão. – convidou o rei.
Daminraff pediu que empregados do castelo os levassem para os quartos pra passarem a noite. Quando a noite caiu, todos dormiram cedo, pois madrugaram na noite anterior para defender Fletz. Todos do grupo foram descansar.
Enquanto isso, em algum lugar da região de Tia’bra, Anitta estava acordando mais uma vez. Estava tão tonta quanto na vez que acordou em seu quarto. Não demorou para que ela se recuperasse. Ela estava em uma cela clara. Anitta ficou nervosa.
- Socorro! – gritava ela. – Socorro! Alguém me ajude!
Ninguém respondeu. Ela gritou por socorro mais uma vez, mas ninguém respondeu. Quando já ia gritar mais uma vez, uma pessoa surgiu na frente da sua cela. Era um homem vestido com uma capa preta.
- Olá, princesa Anitta. Dormiu bem? – disse ele.
Anitta reconheceu a voz do homem.
- Faarj? Chanceller Faarj, é você?
O homem com a capa se aproximou de Anitta. Ele desativou a grade elétrica da cela, entrou e olhou Anitta sem retirar o capuz da cabeça.
- Faarj, me ajude. Gilgamesh está louco. Ele me...
Nisso, Gilgamesh entrou na cela e se aproximava do homem encapuzado. Anitta ficou desesperada.
- Cuidado, Faarj! Ele está...
- Atrás de mim. Sei disso, princesa. – disse o homem encapuzado, que retirou seu capuz e revelou ser o Chanceler Faarj.
- Princesa Anitta, eis que te apresento o Portador da Ordem, o Chanceler Faarj. – disse Gilgamesh.
Anitta estava sem entender o que estava acontecendo.
- Faarj? Gilgamesh? O que está acontecendo aqui?
- Trouxemos você de volta pro seu reino, princesa. Não está feliz? – perguntou Gilgamesh.
Faarj mantinha o olhar sério e fixo na princesa.
- Por favor, Faarj. – disse ela. – Me diga o que está acontecendo. Por que você não faz nada pra me ajudar?
- Porque eu não estou aqui pra ajudar Vossa Majestade. – disse o chanceler. – Você é quem vai nos ajudar. Você é vital para a nova ordem que está para acontecer.
- Ordem? O que você quer? O que isso tem a ver comigo?
- Você vai descobrir em breve. Espere aqui, já voltaremos para começar nossos experimentos.
Faarj e Gilgamesh saíram da cela de Anitta e a trancaram novamente. Anitta gritava por socorro, mas ninguém a ouvia. Gilgamesh ria com o desespero de Anitta. Os dois aliados continuaram e sumiram nos corredores daquela masmorra.
A princesa já estava sem esperanças de escapar quando ouviu um movimento próximo da entrada da cela onde estava. Ela olhou para fora e viu uma sombra.
- Quem está aí? – perguntou Anitta.
Quando terminou a frase, a cela foi destrancada. Anitta saiu para ver quem estava lá fora. Ela ficou surpresa e alegre ao ver quem a libertou.
- Maya! – disse Anitta. – O que está fazendo aqui?
Maya fez sinal para Anitta fazer silêncio.
- Vim te salvar. Fale baixo para não nos ouvir.
- Ah sim, perdão. – disse a princesa. – O que está acontecendo?
- Venha comigo, não temos tempo a perder. No meio do caminho te conto. – disse Maya puxando Anitta pelo braço e correndo pelos corredores da masmorra.
As duas corriam pelos corredores tentando encontrar uma saída. Maya explicava para Anitta o que estava acontecendo.
- Onde estamos, Maya? Que lugar é esse?
- Estamos na Prisão Anelleh, em Tia’bra. Trancaram você aqui depois que voltamos de Fletz.
- Onde estão os outros? Llynx, Melodia? E Marco? Cadê ele?
- Eles não conseguiram vir. Eu fui a única que consegui vir pra Tia’bra pra te resgatar.
- Como você veio me buscar?
- Depois que explodimos o robô-aranha do Gilgamesh, você ficou desacordada. O safado conseguiu embarcar num airship da frota tia’brana com você e fugir para cá. Quando o airship começou a pegar altitude, eu saltei e pulei numa das asas e consegui me segurar com a minha faca. Ela ficou cega, mas eu consegui outra melhor.
Maya mostrou sua nova faca, a Jambiya, para Anitta.
- Sim, ela parece ser melhor que a Khukri. – disse Anitta. – Mas você sabe por que eles me querem aqui?
- Ainda não sei os detalhes, mas acho que tem a ver com o seu poder de invocar Eidolons. Eles querem meio que roubar isso de você.
Anitta ficou perplexa. Como poderiam roubar uma habilidade assim dela?
De repente o alarme da prisão começou a tocar. Uma voz vinda dos autofalantes anunciava a fuga de Anitta e convocavam os guardas para a sua captura. Depois de tanto correr, Anitta e Maya encontraram um portão interno que dava para a saída da prisão. Maya procurava por algum painel próximo ao portão. Ela o encontrou em uma parede falsa. Ela mexeu no painel e conseguiu abrir o portão.
- Vamos embora, Anitta! Corre! – gritou Maya.
Anitta e Maya saíram correndo naquela noite pelas planícies tia’branas em disparada da prisão enquanto vários guardas corriam atrás das duas. Alguns guardas estavam a pé e outros que estavam montados em chocobos. Estes últimos se aproximaram das duas com mais rapidez. Maya sacou sua Jambiya caso precisasse lutar.
- Peguem-nas! Não deixem que elas escapem! – gritou um dos guardas.
Um dos guardas tentou agarrar Maya. Ela conseguiu segurar a mão do guarda, puxando-o de sua montaria. Maya foi rápida para conseguir montar no chocobo. Foi um pouco difícil domá-lo. Ela se aproximou de Anitta estendendo a mão.
- Anitta! Me dê sua mão! Suba no chocobo! – gritou Maya enquanto corriam dos guardas.
Anitta deu a mão para Maya que conseguiu puxar a princesa para cima da montaria. As duas fugiam montadas no chocobo pelas planícies em direção a capital de Tia’bra. Elas ainda eram perseguidas pelos guardas de Gilgamesh e Faarj. Os guardas montados nos chocbos alcançaram as duas mais uma vez. Um deles armou um laço e conseguiu amarrar as pernas do chocobo enquanto corria.
O chocobo caiu. Na queda, Anitta e Maya foram lançadas para frente e também caíram. Redes foram lançadas sobre as duas, capturando-as. Maya tentava cortar a rede pra se libertar, mas não conseguiu. Anitta estava amedrontada. Não queria voltar para as mãos de Gilgamesh de forma alguma.
Os guardas se aproximaram das duas moças capturadas.
- Ótimo, conseguimos. – disse um dos guardas. – Agora vamos voltar. Gilgamesh vai ficar satisfeito.
Anitta entrou em pânico. Ela começou a olhar para os lados, desesperada, falando para si mesma.
- Não... não... não. Não vou voltar pra lá... – dizia ela.
Um dos guardas ouviu Anitta falando.
- Não tem escolha, princesa. Vamos logo. – disse ele.
Uma aura vermelha começou a brilhar em volta de Anitta.
- Não. Não vou voltar! – gritou ela.
A aura vermelha brilhou forte. A aura liberou uma energia tão forte que empurrou todos os guardas pra longe de Anitta. Quando o brilho cessou, todos puderam ver Anitta. Ela estava livre e flutuava no ar. A aura vermelha brilhava forte. Maya, que ainda estava presa, ficou impressionada com o poder de Anitta.
Os guardas rapidamente se levantaram e avançaram na direção da princesa. Os outros guardas que seguiam Maya e Anitta chegaram acompanhados de Gilgamesh, que estava montado em um chocobo. Quando Anitta viu Gilgamesh, ela sentiu uma fúria tremenda por dentro e lançou seu Limit Break mais uma vez. Ela fez alguns movimentos com as mãos para uma invocação enquanto um selo era desenhado no ar.
- Rei das chamas, me ajude a derrotar meus inimigos! Ifrit! – gritou Anitta.
Selo de Ifrit.
Nisso, o chão a frente de Anitta rachou, criando uma fissura. Dela saiam chamas cada vez mais fortes até que o Eidolon do fogo surgiu das chamas. Os guardas de Gilgamesh se afastaram. Ifrit, o Demônio Infernal, como era mais conhecido, surgiu majestosamente com os braços cruzados e levantado pelas chamas. O Eidolon tinha uma aparência meio humana e meio fera. Tinha longos chifres, pele marrom, patas afiadas e pelos escarlates.
Quando Ifrit saiu completamente da fissura, ela se refez e o chão voltou a ser como era. Ifrit pousou no chão e encarou firmemente os soldados. Ele esperava uma ordem de Anitta. Os guardas seguraram suas armas, prontos para receber o ataque do Eidolon.
- Ifrit. – disse Anitta. – Chamas do Inferno!
Ifrit descruzou os braços e se preparou para atacar os soldados, que já vinham correndo na direção do Eidolon. As patas de Ifrit começaram a arder em chamas. Ifrit pulou sobre os soldados e começou a golpeá-los com as patas, derrotando-os facilmente. O último que ficou para ser derrotado foi Gilgamesh.
Gilgamesh encarou Ifrit com um pouco de medo. Nunca havia lutado contra um Eidolon antes. Ele sacou sua katana temendo ser morto. Anitta deu a ordem final para Ifrit.
- Vá, Ifrit! Hellfire! – gritou ela.
Ifrit, o Demônio Infernal. O Esper elemental do fogo.
Ifrit concentrou uma larga quantidade de chamas para serem lançadas contra Gilgamesh. Quando já iam ser lançadas, algo aconteceu.
- Hashmal! – gritou uma voz.
Um barulho de perfuração foi ouvido. Ifrit perdeu o controle das chamas e elas se apagaram. O Eidolon abaixou a cabeça e viu que uma lâmina havia atravessado o seu peito. A lâmina pertencia a uma entidade estranha. Ela tinha uma aparência parecida com a de Ifrit, porém lembrava um leão. Tinha longas pinças ao invés de garras.
A entidade levantou Ifrit com sua pinça e arremessou o Eidolon contra Anitta. A princesa não conseguiu desviar a tempo. Ifrit caiu sobre Anitta, ferido. Aos poucos começou a desaparecer. Maya gritou forte o nome de Anitta, mas levou uma pancada de alguém na cabeça e ficou desacordada.
Gilgamesh se aproximou da entidade que o salvou de Ifrit. A entidade se aproximou da pessoa que golpeou Maya, como se essa pessoa fosse um mestre. Essa pessoa era Faarj. Faarj encostou a mão com uma pedra verda na entidade.
- Ótimo trabalho, Hashmal. Descanse agora. – disse Faarj para a entidade.
Hashmal desapareceu no ar. Gilgamesh olhou para Faarj, que estava com os olhos brilhantes e amarelados. O brilho nos olhos de Faarj cessou aos poucos.
Hashmal, o Protetor da Ordem.
- O que foi aquilo? – disse Gilgamesh. – Como Anitta conseguiu invocar Ifrit? E você...
- Fique calmo, Gilgamesh. – disse Faarj. – Quando voltarmos à prisão te explicarei o que aconteceu. Por enquanto, apenas amarre as duas e as leve de volta pra Anelleh. Depois voltaremos para buscar nossos homens. Vamos adiantar nossos planos logo.
Gilgamesh amarrou Anitta e Maya. Ele carregou os corpos das duas para perto de Faarj. O Chanceller conjurou um Teleport para leva-los para Anelleh. A planície de Tia’bra estava quieta novamente naquela noite. Apenas a brisa do mar e as chamas criadas por Ifrit quebravam o silêncio daquela parte da planície.
E agora? O que vai acontecer com Anitta e Maya? O que Gilgamesh e Faarj farão a elas? Porque Faarj está traindo o Imperador? O Imperador tem algo a ver com o ataque a Fletz? Como Faarj conseguiu invocar Hashmal? Que tipo de entidade é essa? E Marco vai conseguir chegar em Tia’bra a tempo de salvar Anitta? Shirley vai cooperar com a causa? A guerra entre as nações será evitada?
Descubra nos próximos capítulos da Fanfic Final Fantasy XV! Não percam: Capítulo 9: Caminho Para Jamidi.