Anitta estava muito tonta. Sua visão estava muito
embaçada. Melhorava aos poucos. Não tinha a menor noção de onde poderia estar.
Ela tentou se levanta. Ao tentar procurar algo para encostar, sentiu uma cama.
Ela reconheceu onde estava ao passar as mãos sobre a cama.
- Estou no meu quarto. Estou em casa. – disse ela para si
mesma.
- Exato. – disse uma voz conhecida.
Anitta gelou. Sentiu um calafrio percorrer sua coluna
espinhal. Ela procurou de onde vinha aquela voz. Viu um homem sair da varanda
de seu quarto. O homem se aproximou de Anitta e a princesa pôde reconhecer quem
era.
- Gilgamesh.
- Que bom que acordou, Alteza. Nossa, como você dorme. –
disse ele rindo e aproximando a mão dos cabelos louros de Anitta.
Ela virou a cabeça e se aproximou da cabeceira da cama.
Seu olhar estava fixo em Gilgamesh.
- Não está feliz, Anitta? Está de volta em casa. Está em
Tia’bra. – disse Gilgamesh cinicamente.
- Quero falar com meu pai.
- Vossa Alteza...
- Agora! – interrompeu Anitta com firmeza.
Gilgamesh a encarou. Ele se aproximou da princesa mais
uma vez.
- Escute, você não está em condições de dar ordens aqui. Abaixe
o tom da sua voz.
- Onde ele está? O que você fez com ele? Cadê meu pai? –
perguntou Anitta, furiosa e já recuperada de sua tontura.
- Nossa, pra quê tanto nervosismo? Relaxa.
Anitta respirou fundo, tentando se controlar para não
pular para cima de Gilgamesh.
- Se é pra te deixar feliz te adianto uma coisa. Seu pai
está bem, mas só por enquanto. – disse ele enquanto estralava os dedos.
- O que você quer, Gilgamesh? Fale logo de uma vez. Você
quer o trono de meu pai? Você quer ter poder sobre o Império?
Gilgamesh olhou e sorriu para Anitta. Ele se sentou na
cama ao lado de Anitta.
- Na verdade, Anitta, eu quero você. Você é a minha chave
de dominação. Aliás, você é a chave para todo o destino do mundo.
- Como assim? O que você quer dizer com isso?
Gilgamesh se levantou da cama e se aproximou da varanda
do quarto de Anitta.
- Você nunca se perguntou o porquê de seu pai te deixar
trancafiada em Tia’bra por tanto tempo? Por que ele nunca te deixa sozinha?
Anitta se sentou na beirada da cama. Planejava se
levantar. Ela pensou em abrir a porta do quarto e fugir.
- Não, nunca me perguntei. – disse Anitta com
insegurança.
- Oh, Anitta. Não seja tão tola. – disse Gilgamesh com
risadas. – Claro que você já se fez essas perguntas.
Anitta se levantou e ficou com os braços cruzados.
- Você sempre se senta na sacada da sua varanda e observa
a cidade, o céu e imagina como seria o infinito e além. Estou certo ou errado?
Anitta permaneceu em silêncio. Gilgamesh estava certo,
ela não podia negar. Mas quis manter silêncio por enquanto.
- Um mundo inteiro cheio de gente e vida e você aqui,
guardada e presa como uma peça de uma coleção.
- Vamos logo ao ponto. O que você quer me dizer,
Gilgamesh?
- Você conhece a história dos Eidolons, princesa?
Anitta se manteve em silêncio. Ela sabia a história, mas
queria ganhar tempo para imaginar um plano para fugir. Gilgamesh começou a
andar pelo quarto e contar a história.
- Bom, vou contar mesmo que você já saiba. De acordo com
a nossa crença religiosa, existem treze deuses antigos. Um representa cada
elemento do mundo. Esses deuses criaram tudo o que existe hoje. O fogo, a água,
a terra, o ar, a luz, as trevas... tudo. Os poderes dos deuses alcançavam
níveis inimagináveis. Cada deus se manifestava de uma forma diferente. Para que
os que creem neles pudessem expressar sua gratidão, os deuses resolveram se
manifestar por entidades. Cada entidade tinha uma forma diferente e assim puderam
ser criadas formas de adoração aos deuses, como templos, estátuas, etecetera e
tal.
Anitta ouvia a história e lentamente se aproximava da
porta do seu quarto.
- Não adianta sair. A porta está trancada. – disse
Gilgamesh ao se virar para Anitta.
A princesa percebeu que seu plano não foi bom e resolveu
mudar de tática. Ela continuou a ouvir a história enquanto bolava um novo
plano.
- Continuando. Anos depois, quando os humes e os
neo-humeanos travaram a guerra que seria conhecida como Campanha dos Espers, os
deuses resolveram proporcionar uma forma de equilíbrio das forças de batalha,
já que os neo-humes contavam com a ajuda dos Espers. As treze entidades
entraram em um acordo e decidiram “emprestar” seus poderes para os humes. Cada
entidade escolhia um hume para receber seus poderes que eram usados quando as
entidades eram invocadas. Quando invocadas, elas surgiam com o nome de Eidolon.
E cada hume poderia invocar a entidade correspondente a ele caso tivesse uma
pedra especial, chamada Sacred Jewel (Joia Sagrada), correspondente à entidade.
Esses humes escolhidos eram treinados para a guerra. Estes guerreiros foram
conhecidos como os Ark Knights, os cavaleiros invocadores.
- E o que isso tem a ver comigo?
- Bom, como eu ia dizendo, os Eidolons escolheram cada
hume para serem os seus respectivos Ark Knights. Quando o décimo-terceiro
Eidolon iria escolher o seu Ark Knight, os outros Eidolons entraram em um
acordo. Esse último Eidolon era o mais poderoso dos treze e não podia emprestar
seus poderes para qualquer hume. Somente o hume de coração mais puro poderia
ser capaz de usar os poderes deste Eidolon. Mas até hoje, apenas uma pessoa
teve a sorte de manipular o poder desse Eidolon.
- O Rei Vahjra Royale... – disse Anitta.
- Sim, o próprio. – disse Gilgamesh ao se virar para a
princesa novamente. – Royale era o líder dos Ark Knights durante a Campanha dos
Espers. Coincidência ou não, ele também era o Ark Knight de Bahamut, o Senhor
das Sombras, o décimo-segundo Eidolon. E, misteriosamente durante a guerra, ele
se tornou o décimo-terceiro Ark Knight. O cavaleiro do Eidolon mais poderoso.
- Ainda não entendi aonde você quer chegar.
- Com a ajuda de um aliado que adquiri recentemente, fiz
uma série de cálculos que me levaram a uma dedução. Acho que você tem grandes
chances de ser a nova décima-terceira Ark Knight, minha cara Anitta. Creio que
você tem o que é necessário para comandar o décimo-terceiro Eidolon.
Anitta riu debochadamente de Gilgamesh.
- Você acha que eu sou uma Ark Knight? Como pode afirmar
isso com tanta certeza? – disse Anitta com um tom irônico.
- Não deboche da minha inteligência, garota. Tudo leva a
crer que o que eu descobri é verdade.
- Você diz isso só porque meu pai é o Ark Knight de
Leviathan, não é? Como eu teria poder o suficiente para invocar uma divindade
tão forte como o décimo-terceiro Eidolon?
- Porque nas suas veias correm o sangue de dois Ark
Knights. O de seu pai e o de sua mãe, a Ark Knight de Shiva, a Deusa de Gelo.
Anitta franziu a testa. Ela sabia que Gilgamesh poderia
estar certo sobre ela ser uma Ark Knight. Prova disso foi a invocação de Shiva
durante a travessia pelo Jardim da Morte. Mas como ela poderia ser a
décima-terceira Ark Knight se ela invocou Shiva?
- Encare os fatos, Anitta. Você ficou esse tempo todo
presa por causa disso. O Imperador sabia do poder que você tem dentro de si e
por isso quis te proteger. Não é óbvio?
- Pode ser que sim. – disse Anitta, preocupada. – Mas
você não pode provar nada.
- É por isso que você está aqui. Precisamos ter certeza
de que você tem esse poder todo.
- Precisamos? – disse Anitta, com desconfiança.
Gilgamesh se aproximou de Anitta. A princesa tentou se
afastar e ficou rente a parede de mármore do seu quarto.
- Aconselho a não resistir. Você não tem escolha. Colabore
ou senão...
- Ou senão o quê?! – gritou Anitta. – Vai me matar? Vai
calar a minha boca? Você é muito burro mesmo. Ainda bem que você não foi o meu
guarda-costas. Seu irmão é muito mais inteligente do que você.
Gilgamesh ficou furioso com a princesa.
- Não me compare com aquele verme. – disse Gilgamesh,
tentando controlar a raiva.
- Que vergonha, Gilgamesh. Você só procurando poder
enquanto seu Marco se tornava uma pessoa melhor esses anos todos. Ele
desenvolveu um ótimo caráter. Se tornou uma pessoa honesta e justa. E não um
sem vergonha e mau-caráter como você.
Gilgamesh ficou ainda mais furioso. Tentava se controlar
ao máximo.
- Marco é uma pessoa de bem. – continuou a princesa. –
Ele é um homem talentoso, forte, honesto e um ótimo guarda-costas. Ele não
precisa matar pessoas inocentes como você faz para se divertir. Não é um
imperial corrupto como você.
- Cala sua boca! – gritou Gilgamesh. – Até parece que
você também tem uma ótima história de família, não é?
- Não ouse falar da minha família! – ameaçou Anitta.
- Você é uma mulherzinha metida e atrevida. Fica com esse
sorrisinho idiota por aí, fingindo ser feliz. Você não sabe o que é ter
liberdade. Fica aí sendo protegida pelo seu papai, aquele bode velho, babão e
idiota. Faço as coisas debaixo do nariz daquele trouxa e ele nem percebe de tão
burro que é.
- Cale a boca! – gritou Anitta.
- Sem falar nas outras duas, não é? A sua mãe e a sua
irmã, aquela vadia. Ela só fez a cabeça de seu pai para melhorar Tia’bra, mas
foi aquela vadia que quase nos matou com aquele incidente durante a noite de 10
anos atrás, não se lembra? Da noite que meu pai morreu para limpar a burrada da
sua irmã, aquela vaca mesquinha. Tomara que ela apodreça no túmulo dela!
- Já chega! – Anitta se irritou e deu uma bofetada no
rosto de Gilgamesh. – Sua mãe deve ter pena e vergonha de você. Ordinário!
Gilgamesh estava com o rosto virado do tapa que levou de
Anitta. A sua bochecha ardia. Ele não conseguiu se controlar e contra-atacou
Anitta com outra bofetada.
- Vagabunda! – gritou ele.
A bofetada de Gilgamesh foi tão forte que fez Anitta
perder o equilíbrio. A princesa caiu e bateu a cabeça na beirada da cama. Isso
a fez cair desacordada. Gilgamesh rosnava de raiva.
- Agora você vai ter uma lição. – disse Gilgamesh
estralando os dedos.
O capitão da Armada de Netuno avançou na direção da
princesa para bater mais nela. Ele a levantou pela blusa. O rosto dela estava
vermelho onde Gilgamesh havia acertado o tapa. Quando ele ia acertar Anitta com
um soco no rosto, uma voz o impediu de fazê-lo.
- Pare, Gilgamesh.
Gilgamesh conseguiu impedir que seu punho chocasse contra
o rosto de Anitta. Ele se virou para ver quem o chamou. Era o Portador da
Ordem.
- Você.
- Ainda não é hora disso. Não adiante essa parte do
plano. – disse o Portador.
Gilgamesh deitou Anitta na cama.
- O que faremos agora? – perguntou Gilgamesh.
- Temos que tirá-la do palácio. Se alguém passar pelo
corredor vai descobrir que a princesa está aqui. Vamos levar ela para um local
mais seguro para começar a nossa investigação.
- E eu sei um lugar ideal.
O Portador se aproximou de Anitta que estava desmaiada em
sua cama. Ele colocou a mão sobre o queixo e analisou a princesa.
- Você acha que ela pode ser a décima-terceira Ark Knight
mesmo? – perguntou o guarda-costas de Cid.
- Pode ser que sim. Mesmo que ela não seja, ela tem um
poder muito forte. Pode ser uma ameaça para nossos planos.
- Então vamos começar a próxima parte do plano?
- Sim. Você já fez a sua parte em trazê-la. Agora é a
minha vez. Vamos para este lugar que você disse.
Gilgamesh levantou Anitta da cama e a pôs em seu colo. O
Portador pronunciou algumas palavras para si, estendeu seus braços e usou uma
Magick.
- Teleport.
Uma aura roxa percorreu os três e começou a desfazer os
corpos dos três. De repente, a aura brilhou rapidamente e teletransportou os
três para o lugar onde Gilgamesh idealizou para realizar a próxima parte do
plano.
Enquanto isso, a muitos quilômetros de Tia’bra, na
Capital Monarca de Fletz, os cidadãos tentavam recuperar o prejuízo que foi
causado durante a invasão dos soldados Tia’branos. A lava que vazou dos tubos
endureceu e bloqueou grande parte do caminho da cidade. A cidade foi saqueada e
algumas partes dela foram destruídas. O interior do Castelo Salamandra também
estava bem danificado.
No subsolo do castelo, algo acontecia. Em uma sala de
interrogatório estavam as integrantes do Trio Fatale sentadas em cadeiras,
próximas a uma mesa. Do lado de fora da sala, estavam o rei Daminraff, Marco,
Melodia, Llynx, Biggs e Wedge. Estavam entrando em um acordo para decidir quem
deveria interrogar as três. Foi realizada uma votação e o escolhido foi Llynx.
Marco era o mais adequado, mas a indiferença e a calma de Llynx poderiam afetar
bastante na resposta que seria obtida.
Llynx entrou na sala para começar o interrogatório. Não
teve como não reparar no estado das mulheres. Das três, Shirley era a que
estava mais machucada. Estava com um olho roxo pelo soco que tomou de Gilgamesh
e vários curativos espalhados pelo corpo. Dana e Tana estavam apenas com alguns
arranhões e uns machucados. As três estavam algemadas e com os pés presos às
cadeiras.
Llynx puxou sua capa e se sentou numa cadeira à frente
das moças. Ele as encarou firmemente.
- Então? Vocês começam ou querem que eu comece?
Shirley ironizou.
- Vocês são muito engraçados. – disse ela. – Salvei a
vida de vocês, esqueceu?
- Isso não a torna inocente. – respondeu Llynx. – Vocês
três já tentaram nos matar uma vez. E agora participaram da invasão dos
Tia’branos.
- Sim, mas no último momento eu fiquei do seu lado.
Ajudei a destruir a aranha do Gilgamesh.
- De um jeito ou de outro, você é cúmplice da invasão.
Agora comece a falar. Por que Gilgamesh está atrás de Anitta?
Dana e Tana olharam preocupadas para Shirley.
- Você vai falar? – perguntou Tana para Shirley.
Shirley ficou olhando para Tana e Dana, indecisa.
- Ah, quer saber? – disse Shirley. – Vou falar mesmo. Não
devo nada pra aquele canalha. Nem nosso pagamento nós recebemos.
Llynx cruzou os braços.
- Olha só, cara. – disse Shirley para Llynx. – Eu não sei
bem o que ele quer com a princesa. Ele contratou a gente pra ficar de olho em
vocês desde de que ele ficou sabendo que vocês estavam em Fontaine.
- Foi bom você ter falado isso. – disse Llynx. – Como ele
sabia que estávamos em Fontaine?
- Desde que vocês foram pegos no trem do Festival da
Caçada, ele colocou uma escuta em um de vocês. Talvez ela esteja ainda com
vocês ainda.
Do lado de fora da sala, Marco e Melodia checavam suas
roupas. Quando percebeu, Marco estava com um pequeno aparelho de escuta
enganchado no cinto da calça.
- Então a escuta estava conosco desde Ghest’al. – deduziu
Llynx.
- É. – disse Shirley. – Mas ele não colocou a escuta em
vocês só pra saber onde a princesa estava.
- O que ele queria?
- Isso eu já não sei, mas quando a gente foi contratada
por ele, a Dana descobriu alguma coisa sobre isso.
Llynx olhou para Dana, esperando que ela respondesse.
- Sim, eu ouvi ele falar alguma coisa tipo assim. Que a
princesa tinha algo, um poder diferente que era muito forte, essas coisas.
- Ele falou isso pra quem? O Imperador? – perguntou Llynx.
- Não. Ele falou com um cara que estava todo encapuzado
de preto. Não vi o rosto dele nem ouvi o nome dele.
- E o Imperador sabia do paradeiro de Anitta?
- Gilgamesh falou que sim, mas pelo que pude observar,
acho que ele não tem conhecimento do que aconteceu. Só sabe que a princesa não
está em Tia’bra.
Llynx consentiu abaixando a cabeça. Ele se levantou para
sair da sala.
- Não saiam daqui. – disse ele.
Shirley riu.
- Tá brincando. Não vamos a lugar algum. – disse ela
levantado as mãos algemadas.
Llynx fechou a porta fingindo que não ouviu o comentário
da caçadora de recompensas. Ele se aproximou de seus colegas para ver o que
eles acharam.
- Então? – perguntou Llynx pra todos.
Melodia olhou pra Llynx e depois para o Trio Fatale, que
estavam separadas da sala de onde estavam por um vidro.
- O que ela disse faz sentido. Só estranhei a parte de o
Imperador não saber onde Anitta estava.
Marco olhou para Biggs e Wedge com reprovação.
- E a informação que vocês me deram? – perguntou Marco. –
Vocês não estão mentindo, não é?
- Não senhor. – disse Wedge. – Jamais esconderíamos
alguma coisa do senhor. Ainda mais quando o assunto é a princesa Anitta.
- Pois é. – disse Biggs. – Ainda mais nós que sabemos que
o senhor é...
Wedge discretamente pisou no pé de Biggs. Biggs percebeu
que ia falar besteira e desconversou.
- Que o senhor é o guarda-costas da princesa. Isso. –
disse ele com um sorriso sem graça.
Marco podia confiar em Biggs e Wedge. Eles eram meio
atrapalhados, mas nunca mentiriam pra ele.
- Então, o que vocês acham? – perguntou Daminraff. – Elas
estão mentindo?
- Acho que não. – disse Llynx. – Ela falou uma coisa
certa. Ela não deve nada ao Gilgamesh. Não tem porque ficar acobertando um
corrupto que nem ele.
- Por favor – disse Marco. – não fale isso.
Llynx se virou para Marco.
- Por que não? Estou mentindo? – disse Llynx, mantendo a
calma.
Marco se manteve em silêncio.
- Dos perigos que passamos desde Ghest’al, seu irmão está
envolvido em três deles. Sem falar nas outras crueldades que ele fez com as
pessoas. E isso tudo debaixo do nariz do Imperador, sem a autorização dele.
Isso não é corrupção? – disse Llynx.
- Talvez, mas não sei por que ele está fazendo isso.
- E por que você não pode ouvir isso?
- Por que ele é meu irmão. Não é fácil saber que seu
irmão faz atrocidades assim.
Llynx virou de costas para Marco e cruzou os braços.
- A verdade é dura. E você é um adulto. Um soldado. Tem
que estar preparado pra ouvir e testemunhar coisas desse tipo. Ou piores. Se
não puder, então não é digno do cargo que ocupa.
Marco se sentiu ofendido com o comentário de Llynx, mas
preferiu continuar em silêncio. Todos presentes ficaram esperando para ver se a
discussão de Marco e Llynx renderia. Mas Daminraff resolveu se manifestar.
- Bom, voltando ao assunto das moças ali, vou ser sincero
com vocês. A minha vontade é de prender as três por serem cúmplices da invasão.
- Espere, Vossa Majestade. – pediu Melodia. – Acho que
não seria viável prender as três.
- Por quê? – perguntou o rei.
- Depois que sair daqui para ir atrás de Anitta, Marco
vai precisar de alguém que saiba do que está acontecendo em Tia’bra. Uma delas
pode ajudar.
- Ótima ideia, Melodia. – disse Marco.
Daminraff coçou sua barba, pensando.
- Hm... Acho válida essa colocação, menina. Mas qual das
três devo deixar ir?
- Bom, majestade, acho que Shirley. Ela é a líder do trio
e deve ter entrado mais em contato com Gilgamesh do que as outras duas. Ela é
uma boa opção pra encontrarmos o próximo passo.
De repente, um soldado de Fletz entrou na sala para falar
com o rei.
- Vossa Majestade. – disse o soldado. – Há algo sendo
transmitido pela TV que o senhor deve ver.
- Pois bem, me mostre. – disse Daminraff.
O soldado procurou por um botão nos painéis da sala. Ao
ativá-lo, uma televisão surgiu da parede da sala. Estava sendo transmitido um
comunicado do Imperador Cid pela televisão. A repórter anunciava o comunicado.
- Estamos aqui em Tia’bra para transmitir um comunicado
urgente do Imperador Cid. Transmitiremos o comunicado em alguns instantes. –
anunciou a repórter.
Algum tempo depois, o Imperador apareceu na tela para
fazer seu comunicado.
- Olá para você que está me assistindo agora. – disse o
Imperador Cid. – Eu, o Imperador de Tia’bra, Cidian Aphonsus Von Tia’bra III
venho por meio deste comunicar que fazem quase duas semanas que a minha filha,
a princesa Anitta Von Tia’bra está desaparecida. Ela já foi procurada por todas
as terras próximas a Tia’bra, mas não obtivemos sucesso. Peço a vocês, meus
telespectadores, que me ajudem nesta busca. Quem achar a minha filha será bem
recompensado. Entrei em contato com os líderes das outras nações e eles estão
junto comigo nessa busca. Se acharem a princesa Anitta, avisem aos soldados das
Armadas de Tia’bra ou da nação onde estiverem. Repito que quem achar a minha
filha receberá uma boa recompensa como forma de gratidão. Espero que colaborem
comigo na minha busca. Obrigado a todos e bom dia.
A repórter continuou a falar sobre o comunicado, mas isso
já não era mais importante para o rei Daminraff.
- Todas as nações estão ajudando? – disse ele. –
Engraçado, ninguém daqui de Fletz recebeu nenhum comunicado dele. Aliás,
recebemos, mas o comunicado deixou a cidade praticamente destruída.
- Será que as outras nações foram atacadas também? –
perguntou Biggs.
- Duvido. – respondeu Marco. – A artilharia de Tia’bra
não é grande o suficiente para fazer uma operação quanto à da noite passada
simultaneamente. Precisariam de tempo para realizar outro ataque.
- Mas isso não significa que Gilgamesh não ataque as
outras nações. – disse Melodia. – Todas as outras capitais correm o mesmo risco
que Fletz correu.
- Sim, é verdade. – disse Damiraff. – Posso pedir um
favor a vocês?
Todos se viraram para o rei para ouvir o favor dele.
- Sei que o objetivo de vocês é ir atrás de Anitta. Mas
pelo que percebi, meu irmão não sabe que Gilgamesh está com ela. Se outros
ataques forem realizados, temo que uma guerra entre as nações Humes surja. Peço
que vocês investiguem o que está acontecendo em Tia’bra e avisem Cid o ocorrido
aqui em Fletz. Vocês podem fazer isso?
- Sim, majestade. – disse Marco fazendo continência. – O
nome de Tia’bra pode se sujar com esses planos de meu irmão. Realizarei o que
me pede, Vossa Alteza.
- Eu também ajudarei. – disse Melodia. – Temo que isso se
alastre e que aconteça algo pior. Além disso, tenho uma dívida com Anitta. É a
minha vez de ajuda-la.
- Nós também vamos ajudar. – disseram Biggs e Wedge. –
Estamos às ordens, capitão Marco.
Marco acenou com a cabeça, agradecendo.
Melodia se virou para Llynx.
- Você vai ajudar também?
Llynx descruzou os braços e se virou para Melodia.
- Sim. Estou indiretamente envolvido nessa história. Vou
tentar ajudar nessa causa.
- Muito obrigado a todos vocês. – disse Daminraff. – Por
favor, venham comigo.
Daminraff abriu a porta para onde o Trio Fatale estava.
Ele foi seguido por Llynx, Marco, Melodia, Biggs e Wedge.
- Chegamos a uma decisão sobre o que faremos com vocês,
moças. – disse Daminraff para as integrantes do Trio Fatale.
As três ficaram com um olhar fixo para Daminraff, aflitas
para saber a decisão do rei.
- Vocês estão presas. – Daminraff anunciou sua decisão.
- Que novidade. – sussurrou Shirley para as colegas.
- Mas tenho uma proposta para vocês.
Shirley, Dana e Tana voltaram a observar o rei, esperando
por uma forma de ficarem livres.
- Shirley, você deverá acompanhar Marco em sua busca pela
princesa Anitta. Vai ajuda-lo na sua jornada.
Shirley ficou revoltada.
- Ah, isso é brincadeira, só pode ser! – disse Shirley.
- Você vai viajar com Marco e seus companheiros para
evitar a instabilidade da aliança entre as nações. É isso ou ficar presa com
suas amigas.
Dana e Tana olharam para Shirley. Queriam saber a decisão
dela.
- Eu não sei. – disse Shirley. – O que vocês acham,
meninas? – perguntou ela para as companheiras.
Dana e Tana se olharam.
- Bom, Shirley, não vai adiantar você ficar aqui conosco.
– disse Dana.
- Por quê? – disse a líder do trio. – Somos um trio,
lembra? Que nem mosqueteiros. Uma por todas e todas por uma.
- Pois é. Agora é a sua chance de nos ajudar. – disse
Tana. – Só seremos soltas se você seguir viagem com eles.
Shirley não conseguia se decidir.
- Além do mais, você tem que dar o troco naquele palhaço
do Gilgamesh por nós. – disse Dana.
Shirley sorriu e pensou por um pouco. Logo, anunciou sua
decisão.
- Eu vou ajudar, mas só por causa das minhas amigas e pra
me vingar daquele idiota. – disse Shirley.
- Ótimo. – disse o rei. – Soltem-na.
Instantaneamente as algemas de Shirley se soltaram e ela
ficou livre. Ela se levantou de sua cadeira e se aproximou do rei.
- E aí? Qual é a missão? – perguntou ela.
Daminraff estranhou a falta de respeito de Shirley com
ele.
- Vocês devem evitar que as nações entrem em guerra. O
Imperador Cid transmitiu um comunicado pela televisão. Ele disse que Anitta não
está em Tia’bra.
- Como assim? Eu vi Gilgamesh fugir com ela. Aquele filho
da mãe tá mentindo pro Imperador.
- Exato. E essa será sua missão. Vocês devem avisar Cid
que Gilgamesh está enganando ele antes que a aliança das nações se quebre e
estoure uma guerra.
- Qual é o primeiro passo da missão? – perguntou Melodia.
- Como Fletz está parcialmente em ruínas, não poderemos
fornecer um airship para vocês irem até Tia’bra. Sugiro que vocês viajem para
Jamidi e consigam uma forma de falar com um dos membros do parlamento
jamidiano.
- Quem devemos procurar? – perguntou Marco.
- Meu outro irmão, o ministro Al-Moor Salazar. Ele vai
ajudar vocês com certeza.
- Al-Moor Salazar... – pensou Llynx.
- Ele vai poder ajudar vocês. Caso ele duvide de vocês,
vou escrever uma carta para ele. Mostrem a carta para Salazar e ele vai
acreditar em vocês.
Daminraff pediu aos guardas para levarem Dana e Tana para
as celas. Elas se despediram de Shirley.
- Prometo que voltarei pra buscar vocês duas. – disse
Shirley.
As três se abraçaram para se despedir. Quando se
soltaram, os guardas levaram as gêmeas para as celas do castelo. Daminraff
pediu que todos o seguisse para os pisos mais altos do castelo.
- Por favor, fiquem esta noite aqui e descansem. Amanhã
vocês partem para a missão. – convidou o rei.
Daminraff pediu que empregados do castelo os levassem para
os quartos pra passarem a noite. Quando a noite caiu, todos dormiram cedo, pois
madrugaram na noite anterior para defender Fletz. Todos do grupo foram
descansar.
Enquanto isso, em algum lugar da região de Tia’bra,
Anitta estava acordando mais uma vez. Estava tão tonta quanto na vez que
acordou em seu quarto. Não demorou para que ela se recuperasse. Ela estava em
uma cela clara. Anitta ficou nervosa.
- Socorro! – gritava ela. – Socorro! Alguém me ajude!
Ninguém respondeu. Ela gritou por socorro mais uma vez,
mas ninguém respondeu. Quando já ia gritar mais uma vez, uma pessoa surgiu na
frente da sua cela. Era um homem vestido com uma capa preta.
- Olá, princesa Anitta. Dormiu bem? – disse ele.
Anitta reconheceu a voz do homem.
- Faarj? Chanceller Faarj, é você?
O homem com a capa se aproximou de Anitta. Ele desativou
a grade elétrica da cela, entrou e olhou Anitta sem retirar o capuz da cabeça.
- Faarj, me ajude. Gilgamesh está louco. Ele me...
Nisso, Gilgamesh entrou na cela e se aproximava do homem
encapuzado. Anitta ficou desesperada.
- Cuidado, Faarj! Ele está...
- Atrás de mim. Sei disso, princesa. – disse o homem
encapuzado, que retirou seu capuz e revelou ser o Chanceler Faarj.
- Princesa Anitta, eis que te apresento o Portador da
Ordem, o Chanceler Faarj. – disse Gilgamesh.
Anitta estava sem entender o que estava acontecendo.
- Faarj? Gilgamesh? O que está acontecendo aqui?
- Trouxemos você de volta pro seu reino, princesa. Não
está feliz? – perguntou Gilgamesh.
Faarj mantinha o olhar sério e fixo na princesa.
- Por favor, Faarj. – disse ela. – Me diga o que está
acontecendo. Por que você não faz nada pra me ajudar?
- Porque eu não estou aqui pra ajudar Vossa Majestade. –
disse o chanceler. – Você é quem vai nos ajudar. Você é vital para a nova ordem
que está para acontecer.
- Ordem? O que você quer? O que isso tem a ver comigo?
- Você vai descobrir em breve. Espere aqui, já voltaremos
para começar nossos experimentos.
Faarj e Gilgamesh saíram da cela de Anitta e a trancaram
novamente. Anitta gritava por socorro, mas ninguém a ouvia. Gilgamesh ria com o
desespero de Anitta. Os dois aliados continuaram e sumiram nos corredores
daquela masmorra.
A princesa já estava sem esperanças de escapar quando
ouviu um movimento próximo da entrada da cela onde estava. Ela olhou para fora
e viu uma sombra.
- Quem está aí? – perguntou Anitta.
Quando terminou a frase, a cela foi destrancada. Anitta
saiu para ver quem estava lá fora. Ela ficou surpresa e alegre ao ver quem a
libertou.
- Maya! – disse Anitta. – O que está fazendo aqui?
Maya fez sinal para Anitta fazer silêncio.
- Vim te salvar. Fale baixo para não nos ouvir.
- Ah sim, perdão. – disse a princesa. – O que está
acontecendo?
- Venha comigo, não temos tempo a perder. No meio do
caminho te conto. – disse Maya puxando Anitta pelo braço e correndo pelos
corredores da masmorra.
As duas corriam pelos corredores tentando encontrar uma
saída. Maya explicava para Anitta o que estava acontecendo.
- Onde estamos, Maya? Que lugar é esse?
- Estamos na Prisão Anelleh, em Tia’bra. Trancaram você
aqui depois que voltamos de Fletz.
- Onde estão os outros? Llynx, Melodia? E Marco? Cadê
ele?
- Eles não conseguiram vir. Eu fui a única que consegui
vir pra Tia’bra pra te resgatar.
- Como você veio me buscar?
- Depois que explodimos o robô-aranha do Gilgamesh, você
ficou desacordada. O safado conseguiu embarcar num airship da frota tia’brana
com você e fugir para cá. Quando o airship começou a pegar altitude, eu saltei
e pulei numa das asas e consegui me segurar com a minha faca. Ela ficou cega,
mas eu consegui outra melhor.
Maya mostrou sua nova faca, a Jambiya, para Anitta.
- Sim, ela parece ser melhor que a Khukri. – disse
Anitta. – Mas você sabe por que eles me querem aqui?
- Ainda não sei os detalhes, mas acho que tem a ver com o
seu poder de invocar Eidolons. Eles querem meio que roubar isso de você.
Anitta ficou perplexa. Como poderiam roubar uma
habilidade assim dela?
De repente o alarme da prisão começou a tocar. Uma voz
vinda dos autofalantes anunciava a fuga de Anitta e convocavam os guardas para
a sua captura. Depois de tanto correr, Anitta e Maya encontraram um portão
interno que dava para a saída da prisão. Maya procurava por algum painel
próximo ao portão. Ela o encontrou em uma parede falsa. Ela mexeu no painel e
conseguiu abrir o portão.
- Vamos embora, Anitta! Corre! – gritou Maya.
Anitta e Maya saíram correndo naquela noite pelas
planícies tia’branas em disparada da prisão enquanto vários guardas corriam
atrás das duas. Alguns guardas estavam a pé e outros que estavam montados em
chocobos. Estes últimos se aproximaram das duas com mais rapidez. Maya sacou
sua Jambiya caso precisasse lutar.
- Peguem-nas! Não deixem que elas escapem! – gritou um
dos guardas.
Um dos guardas tentou agarrar Maya. Ela conseguiu segurar
a mão do guarda, puxando-o de sua montaria. Maya foi rápida para conseguir
montar no chocobo. Foi um pouco difícil domá-lo. Ela se aproximou de Anitta
estendendo a mão.
- Anitta! Me dê sua mão! Suba no chocobo! – gritou Maya
enquanto corriam dos guardas.
Anitta deu a mão para Maya que conseguiu puxar a princesa
para cima da montaria. As duas fugiam montadas no chocobo pelas planícies em
direção a capital de Tia’bra. Elas ainda eram perseguidas pelos guardas de
Gilgamesh e Faarj. Os guardas montados nos chocbos alcançaram as duas mais uma
vez. Um deles armou um laço e conseguiu amarrar as pernas do chocobo enquanto
corria.
O chocobo caiu. Na queda, Anitta e Maya foram lançadas
para frente e também caíram. Redes foram lançadas sobre as duas, capturando-as.
Maya tentava cortar a rede pra se libertar, mas não conseguiu. Anitta estava
amedrontada. Não queria voltar para as mãos de Gilgamesh de forma alguma.
Os guardas se aproximaram das duas moças capturadas.
- Ótimo, conseguimos. – disse um dos guardas. – Agora
vamos voltar. Gilgamesh vai ficar satisfeito.
Anitta entrou em pânico. Ela começou a olhar para os
lados, desesperada, falando para si mesma.
- Não... não... não. Não vou voltar pra lá... – dizia
ela.
Um dos guardas ouviu Anitta falando.
- Não tem escolha, princesa. Vamos logo. – disse ele.
Uma aura vermelha começou a brilhar em volta de Anitta.
- Não. Não vou voltar! – gritou ela.
A aura vermelha brilhou forte. A aura liberou uma energia
tão forte que empurrou todos os guardas pra longe de Anitta. Quando o brilho
cessou, todos puderam ver Anitta. Ela estava livre e flutuava no ar. A aura
vermelha brilhava forte. Maya, que ainda estava presa, ficou impressionada com
o poder de Anitta.
Os guardas rapidamente se levantaram e avançaram na
direção da princesa. Os outros guardas que seguiam Maya e Anitta chegaram
acompanhados de Gilgamesh, que estava montado em um chocobo. Quando Anitta viu
Gilgamesh, ela sentiu uma fúria tremenda por dentro e lançou seu Limit Break
mais uma vez. Ela fez alguns movimentos com as mãos para uma invocação enquanto
um selo era desenhado no ar.
Nisso, o chão a frente de Anitta rachou, criando uma
fissura. Dela saiam chamas cada vez mais fortes até que o Eidolon do fogo
surgiu das chamas. Os guardas de Gilgamesh se afastaram. Ifrit, o Demônio
Infernal, como era mais conhecido, surgiu majestosamente com os braços cruzados
e levantado pelas chamas. O Eidolon tinha uma aparência meio humana e meio
fera. Tinha longos chifres, pele marrom, patas afiadas e pelos escarlates.
Quando Ifrit saiu completamente da fissura, ela se refez
e o chão voltou a ser como era. Ifrit pousou no chão e encarou firmemente os
soldados. Ele esperava uma ordem de Anitta. Os guardas seguraram suas armas,
prontos para receber o ataque do Eidolon.
- Ifrit. – disse Anitta. – Chamas do Inferno!
Ifrit descruzou os braços e se preparou para atacar os
soldados, que já vinham correndo na direção do Eidolon. As patas de Ifrit
começaram a arder em chamas. Ifrit pulou sobre os soldados e começou a
golpeá-los com as patas, derrotando-os facilmente. O último que ficou para ser
derrotado foi Gilgamesh.
Gilgamesh encarou Ifrit com um pouco de medo. Nunca havia
lutado contra um Eidolon antes. Ele sacou sua katana temendo ser morto. Anitta
deu a ordem final para Ifrit.
Ifrit concentrou uma larga quantidade de chamas para
serem lançadas contra Gilgamesh. Quando já iam ser lançadas, algo aconteceu.
- Hashmal! – gritou uma voz.
Um barulho de perfuração foi ouvido. Ifrit perdeu o
controle das chamas e elas se apagaram. O Eidolon abaixou a cabeça e viu que
uma lâmina havia atravessado o seu peito. A lâmina pertencia a uma entidade
estranha. Ela tinha uma aparência parecida com a de Ifrit, porém lembrava um
leão. Tinha longas pinças ao invés de garras.
A entidade levantou Ifrit com sua pinça e arremessou o
Eidolon contra Anitta. A princesa não conseguiu desviar a tempo. Ifrit caiu
sobre Anitta, ferido. Aos poucos começou a desaparecer. Maya gritou forte o
nome de Anitta, mas levou uma pancada de alguém na cabeça e ficou desacordada.
Gilgamesh se aproximou da entidade que o salvou de Ifrit.
A entidade se aproximou da pessoa que golpeou Maya, como se essa pessoa fosse
um mestre. Essa pessoa era Faarj. Faarj encostou a mão com uma pedra verda na
entidade.
- Ótimo trabalho, Hashmal. Descanse agora. – disse Faarj
para a entidade.
Hashmal desapareceu no ar. Gilgamesh olhou para Faarj,
que estava com os olhos brilhantes e amarelados. O brilho nos olhos de Faarj
cessou aos poucos.
Hashmal, o Protetor da Ordem. |
- O que foi aquilo? – disse Gilgamesh. – Como Anitta
conseguiu invocar Ifrit? E você...
- Fique calmo, Gilgamesh. – disse Faarj. – Quando
voltarmos à prisão te explicarei o que aconteceu. Por enquanto, apenas amarre
as duas e as leve de volta pra Anelleh. Depois voltaremos para buscar nossos
homens. Vamos adiantar nossos planos logo.
Gilgamesh amarrou Anitta e Maya. Ele carregou os corpos
das duas para perto de Faarj. O Chanceller conjurou um Teleport para leva-los
para Anelleh. A planície de Tia’bra estava quieta novamente naquela noite.
Apenas a brisa do mar e as chamas criadas por Ifrit quebravam o silêncio
daquela parte da planície.
E agora? O que vai acontecer com Anitta e Maya? O que Gilgamesh
e Faarj farão a elas? Porque Faarj está traindo o Imperador? O Imperador tem
algo a ver com o ataque a Fletz? Como Faarj conseguiu invocar Hashmal? Que tipo
de entidade é essa? E Marco vai conseguir chegar em Tia’bra a tempo de salvar
Anitta? Shirley vai cooperar com a causa? A guerra entre as nações será
evitada?
Descubra nos próximos capítulos da Fanfic Final Fantasy XV! Não percam: Capítulo 9: Caminho Para Jamidi.